Em 2018 Marcos e Belutti têm muito o que celebrar. Além de completar 10 anos de uma bem sucedida carreira, a dupla acaba de gravar o novo DVD — Marcos e Belutti 10 Anos — com grandes hits e canções que prometem chegar às paradas. O projeto, que celebra uma década de M&B, foi gravado no mês passado no Credicard Hall, em São Paulo, e conta com as participações de Ferrugem, Matheus e Kauan e Xande Avião. “Cada dia que passa estamos trocando a pilha, alimentando cada vez mais nosso público e tentando trazer coisas mais novas”, avalia Belutti.
Num bate-papo sincero e de coração aberto, a dupla relembra os principais momentos da carreira, conta quais são seus maiores arrependimentos e confessam que sentem medo de cair no esquecimento mesmo depois de terem marcado a história da música com o hit “Domingo de Manhã”. “Existe um medo muito grande de amanhã ou depois, das pessoas não quiserem mais escutar nossa voz. Até porque, nós sobrevivemos disso”, diz.
Vocês estão fazendo 10 anos de carreira. O que passa na cabeça quando olham para trás?
Belutti: É um filme muito bonito, independentemente das dificuldades. Nós passamos um bom tempo por dificuldades que já tínhamos enfrentado também antes de sermos dupla, cada um com sua carreira. Mas é uma história que a gente se olha, brinca, do mesmo jeito como no começo. Existe ainda a magia no olhar de um e do outro. Existe ainda aquela magia do ‘temos muita coisa ainda para conquistar’, ‘caramba, que legal que a gente conquistou’. Existe ainda a paixão do começo. Então, a gente só pode agradecer a Deus. Hoje, não sofremos mais, conquistamos o nosso maior sonho que era atingir o sucesso. Agora, os novos desafios são: manter o sucesso, conquistar mais publico, bater outro recorde, se posicionar melhor no mercado sertanejo, ganhar prêmios..
Vocês têm algum arrependimento? Se pudessem voltar atrás de alguma coisa, decisões…
Marcos: Existem alguns arrependimentos de termos lançado algumas músicas ou de não termos lançados outras. Mas deve existir na carreira de todo mundo.
Belutti: Eu me arrependo de atitudes que tive, principalmente no começo. Eu sempre fui muito intenso, de querer fazer parte de tudo. Me via na obrigação de acontecer. As pessoas me cobravam: empresário, gravadora, parentes… Existia uma cobrança muito grande para que nós acontecêssemos. E aí, eu me cobrava muito mais. Isso me fazia ficar tenso, nervoso, e muitas vezes fui mais enérgico com as pessoas, porque eu cobrava que elas tivessem a mesma excelência que tento buscar no meu trabalho. Achava que todo mundo tinha que ser como eu. O Marcos ficou meio preocupado, porque ele dizia: ‘Imagina quando a gente atingir o sucesso? Como esse cara vai ser com a nossa equipe?’ E aconteceu o contrário. Quando eu me casei com a Thais, ela me trouxe a tranquilidade. E eu me casei em 2014, mesmo ano em que veio a ‘Domingo de Manhã’. Depois que provamos o sucesso e vimos que é legal, não queremos cair no esquecimento. Então, continuamos trabalhando sério para que a gente continue por muito tempo.
Ainda têm medo de cair no esquecimento?
Belutti: Esse é o nosso maior medo. Claro que quem é fã de verdade nunca vai te esquecer, principalmente se você fez algo muito importante para música. Seja uma musica só. Nós acreditamos que tenhamos feito isso com ‘Domingo de Manhã’. De perpetuar uma música num mercado. Mas existe um medo muito grande de amanhã ou depois, das pessoas não quiserem mais escutar nossa voz. Até porque, nós sobrevivemos disso. Então, precisamos estar sempre trabalhando para ter dinheiro para alimentar nossa família. Nós temos investimentos, mas está ali. Investimentos em coisas em que acreditamos que pode acontecer. Mas não temos tanto dinheiro para isso, até porque, tanto eu como o Marcos não tínhamos casa própria. E ai, quando tivemos, nos queríamos uma casa legal. Então, muita coisa foi separada para isso. Comprei uma casa — financiei e depois terminei de pagar –, comprei carro, depois veio filho…
(Revista Quem/Globo)