A reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Maria Lúcia Cavalli Neder, se comprometeu a entregar hoje proposta da administração sobre a implantação do regime de 30 horas de trabalho no Hospital Universitário Júlio Müller, em Cuiabá. Os servidores do hospital estão em greve desde o dia 4 reivindicando a redução da jornada de 40 horas para 30 horas semanais.
Por solicitação da procuradora Ana Carolina Oliveira Tanuz Diniz, a reitora da UFMT, representantes do Sindicato dos Trabalhadores da UFMT (Sintuf) e do comando de greve reuniram-se na segunda-feira à tarde, no Ministério Público Federal, para avaliarem a greve dos servidores do hospital. Na oportunidade, a reitora prestou esclarecimentos sobre os itens da pauta de reivindicações e se comprometeu a dar um posicionamento sobre a redução da jornada de trabalho hoje.
De acordo com a assessoria da UFMT, os representantes do Sintuf e do comando também apresentaram seus argumentos a favor das 30 horas, enfatizando a necessidade de a reitoria ter para com o HUJM um olhar diferente, tendo em vista as especificidades do setor.
Conforme Só Notícias já informou, a situação no HUJM se arrasta desde o final do ano passado, após o Ministério do Planejamento cortar os plantões nos hospitais universitários de todo o país. O hospital, que deve seu atendimento em grande parte aos plantões, foi um dos que mais sentiu. No auge da crise, por intermédio do Ministério Público Federal (MPF), foi criada uma comissão para tentar sanar a falta de profissionais sem afetar o atendimento aos pacientes.
Dessa comissão, foi definido que voltaria para 30 horas semanais, com redução da carga horária nos finais de semana. De acordo com a coordenadora geral Ana Bernardete Nascimento, do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso (Sintuf-UFMT), a quantidade de procedimentos e intervenções cirúrgicas nos finais de semana são bem menores. Também do Sintuf, Ricardo Lisita afirmou que desde ontem não há refeições para funcionários do HUJM (incluindo médicos e acadêmicos) porque falta de pessoal no refeitório. Apenas os pacientes receberão alimentação.