Mato Grosso possui a maior taxa de fecundidade total dentre as unidades que compõem o Centro-Oeste. O número médio de filhos que uma mulher teria ao final de seu período fértil no Estado é de 2,32. A estatística consta na Síntese de Indicadores Sociais (SIS), 2010, apresentada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). A SIS busca fazer uma análise das condições de vida no país, tendo como principal fonte de informações a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009.
A pesquisa mostrou que em Goiás e no Distrito Federal a taxa de fecundidade total foi de 1,84 no ano passado. No Mato Grosso do Sul, 1,82. Além de ser o maior do Centro-Oeste, a taxa mato-grossense também ultrapassou a média nacional, calculada pelo IBGE em 1,94.
No cenário nacional o IBGE apontou para um declínio da fecundidade, nas últimas décadas. O órgão informa que a realidade tem sido a mesma em praticamente todas as regiões e em todos os grupos sociais, independente da renda, cor e nível. Rio de Janeiro (1,63) e Minas Gerais (1,67) tinham em 2009 as menores taxas; Acre (2,96) e Amapá (2,87), as maiores.
Conforme o IBGE, “a escolaridade é um dos condicionantes do comportamento da fecundidade feminina”. A urbanização e a entrada da mulher no mercado de trabalho também influenciaram nos resultados. Para o país como um todo, as mulheres com até 7 anos de estudo tinham, em média, 3,19 filhos, enquanto o número de filhos das mulheres com 8 anos ou mais de estudo era 1,68. Comparando os valores regionais extremos, a distância que separa a fecundidade das mulheres menos instruídas da região Norte (3,61) daquelas que possuem mais escolaridade no Sudeste (1,60) era de 2,01 filhos, informou o órgão.
Entre as mulheres com menos de 7 anos de estudo, o grupo de 20 a 24 anos de idade concentrava, em 2009, 37% da fecundidade total, e o de 15 a 19 anos, 20,3%. Ainda segundo o instituto, já entre as mulheres com 8 anos ou mais de estudo, os grupos etários de 20 a 24 anos (25,0%) e de 25 a 29 anos (24,8%) concentravam, juntos, quase metade da fecundidade, e o grupo entre 15 e 19 anos concentrava 13,3%. Portanto, entre as mulheres com menor grau de instrução o padrão de fecundidade tende a ser mais jovem.
Como resultado, a idade média com que as mulheres têm filhos também se diferenciava pela instrução: entre aquelas com menos de 7 anos de estudo, a média era de 25,2 anos. Entre as que tinham 8 anos ou mais de escolaridade, a idade média era 27,8, uma diferença de 2,6 anos, informou o Instituto Brasileiro.