Os 52 médicos que trabalham no Hospital Regional de Sorriso e atendem pacientes de 15 cidades do Nortão (dentra elas Sinop, Lucas, Sorriso), em sistema de consórcio, decidiram suspender, a partir de hoje, os atendimentos eletivos enquanto não forem contratados mais profissionais e seja concedida reposição salarial de 21%, cobrada há alguns meses. Os atendimentos emergenciais e urgentes (cirurgias, atendimentos em UTI) serão prestados normalmente. Consultas, por exemplo, não estarão sendo feitas enquanto o movimento, por tempo indeterminado, prosseguir.
A diretora da unidade, Rejane Potrich Zem, disse que é uma paralisação parcial dos profissionais e estarão suspensas “consultas especializadas e as cirurgias eletivas, aquelas que são previamente agendadas”, explicou, ao Só Notícias. “Esse movimento é dos médicos. O hospital está funcionando normalmente com os atendimentos de urgência e emergência, que representam 85% da capacidade do hospital”, acrescentou. “Eles pararam porque esses serviços (eletivos) são feitos através de plantões além da carga horária de trabalho deles”, afirmou. Alguns têm carga horária de 30 horas semanais e outros de 40 hss. “Além disto, por ter número reduzido de profissionais acabam fazendo plantões além dessa carga horária”, acrescentou.
Para a Secretaria Estadual de Saúde é reivindicada solução para a questão da carga horária, visando reajustar as horas trabalhadas além da carga horária no valor do salários dos médicos. “Na sexta-feira, os secretários adjuntos estarão aqui para acertar detalhes”, disse. Já para o Consórcio Intermunicipal de Saúde, a reivindicação está relacionada ao reajuste salarial anual relativo aos anos de 2009 e 2010.
O hospital é um dos maiores da região Norte de Mato Grosso e parte das despesas é bancada pelas prefeituras que enviam pacientes para serem atendidos. Um levantamento aponta que seriam necessários ao menos mais 20 médicos para atender a demanda e, os atuais, estão trabalhando além dos horários combinados com o consórcio e governo estadual.
Outro lado
O presidente do consórcio, Osmar Rosseto (prefeito de Nova Ubiratã), disse que de 2007 a 2010, o Estado concedeu 37% de reposição salarial. “O consórcio deu 20% em 2008 e 20% ano passado. Eles alegam que é correção de anos anteriores, mas o governo estadual já concedeu referente a alguns anos que não tiveram aumento. Eles estão pedindo reposição salarial mas é preciso lembrar que o momento atual de eleições, com limitações da lei eleitoral, impede o poder público de conceder aumento”, ponderou, em entrevista ao Só Notícias. “O que precisa ficar claro é que as prefeituras, via consórcio, concedem incentivo de interiorização para os médicos. Salário quem paga é o Estado. É para o governo que eles devem reivindicar. O consórcio repassa mensalmente R$ 330 mil para os 52 médicos”, acrescentou.
O prefeito finalizou apontando que, “para o consórcio, não foram reivindicados mais profissionais”.
(Atualizada às 17:43h)