Agentes prisionais e reeducandos da Penitenciária Central do Estado (PCE) enfrentam um surto de tuberculose. Para tentar conter a doença, a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) tem realizado um mutirão, inócuo na opinião do representante dos servidores. Entre as dificuldades que impedem o sucesso do programa estariam a superlotação, que impede o isolamento de casos confirmados e a dificuldade em ministrar o medicamento, diariamente, aos presos que apresentam o problema.
O presidente do Sindicato dos Agentes Prisionais de Mato Grosso (Sindipen-MT), João Batista, afirma que o problema é crônico e ocorre há pelo menos um ano. "Está completamente fora de controle. Só de cabeça lembro de três servidores que contraíram a doença na unidade, o que é muito grave, sem contar os presos".
Para ele, embora haja o anúncio de um mutirão e a realização de exames semanais nos presos, as dificuldades existentes impedem a erradicação do problema. "É um ambiente insalubre e superlotado. Não dá, de jeito nenhum, para isolar os presos que têm a doença, o que seria fundamental nos 15 primeiros dias. Aí eles passam entre eles, para os agentes e os familiares e o surto está garantido".
Além da dificuldade em garantir o isolamento, uma característica do tratamento impede a cura e o controle da endemia, a forma como o medicamento é ministrado. "O agente de Saúde tem que ir diariamente nas celas e passar o remédio ao preso".
Segundo um agente prisional que atua na PCE, o procedimento tem que ser feito desta forma porque se os presos receberem o número de comprimidos necessário para os 15 dias iniciais, fase em que há o contágio, comercializam o remédio, misturam a bebidas alcoólicas e não o utilizam.