O grupo médico do hospital regional de Sorriso deve definir, hoje à tarde, se mantém a suspensão dos atendimentos laboratoriais e cirurgias eletivas da unidade, durante reunião com membros da Secretaria Estadual de Saúde e do Consórcio Intermunicipal de Saúde. A reunião está agendada para às 17h.
O encontro deverá definir como será feito o repasse da reposição salarial referente ao período de 2009 e deste ano que deve ser paga pelo consórcio. “O consórcio está divulgando que fez reposição em 2009 mas não é verdade. Em 2008 acertamos a reposição da 2000 a 2008, e então fez metade em 2008 e a outra metade no ano passado. 2009 e 2010 não entrou no acordo”, explicou, ao Só Notícias, o diretor clínico da unidade, Lauro Ribeiro.
De acordo com o diretor, os médicos recebem salário, pela Secretaria Estadual e a complementação, feita pelo consórcio, chamado de incentivo de interiorização. “A do Estado está sendo feita corretamente, todo o ano. Em maio há reposição, tanto que em 2009 foi de 10% e 2010 foi de 11%”, disse.
O reivindicado pelos médicos é o reajuste de 21% no complemento pago pelo consórcio e que estaria atrasado há pouco mais de um ano. “O repasse do incentivo está ocorrendo mas não está sendo feito com o reajuste”, acrescentou. De acordo com o médico, a volta dos atendimentos dependerá do acordo que será formalizado hoje. “Tudo vai depender do consórcio. Se o consórcio confirmar que vai fazer o repasse voltamos aos atendimentos. Só queremos o compromisso que será pago. Que seja agendada uma data para iniciar o pagamento”, afirmou. Conforme o médico, “já é um valor devido a meses atrás e que pode ser feito de maneira retroativa. Quando estiver disponível, pode fazer dos meses que passaram”, disse.
A paralisação, conforme Só Notícias informou, começou nesta semana e foi aderida pelos 53 médicos da unidade. O hospital é um dos maiores da região Norte de Mato Grosso que atendem pacientes de 15 cidades da região.
O presidente do consórcio e prefeito de Nova Ubiratã, Osmar Rosseto, disse -esta semana- que de 2007 a 2010, o Estado concedeu 37% de reposição salarial. “O consórcio deu 20% em 2008 e 20% ano passado. Eles alegam que é correção de anos anteriores, mas o governo estadual já concedeu referente a alguns anos que não tiveram aumento. Eles estão pedindo reposição salarial mas é preciso lembrar que o momento atual de eleições, com limitações da lei eleitoral, impede o poder público de conceder aumento”, ponderou, em entrevista ao Só Notícias. “O que precisa ficar claro é que as prefeituras, via consórcio, concedem incentivo de interiorização para os médicos. Salário quem paga é o Estado. É para o governo que eles devem reivindicar. O consórcio repassa mensalmente R$ 330 mil para os 52 médicos”, acrescentou.