Vinte e três médicos contratados do Hospital Regional se reuniram, esta manhã, e mantiveram a decisão de demissão em massa devido aos atrasos salariais desde novembro do ano passado, além de não receberem pela produtividade e interiorização dos respectivos meses, bem como o décimo terceiro. As cartas de demissão já foram assinadas, mas serão entregues apenas no dia 29 deste mês. Este é o prazo para a renovação dos contratos destes profissionais. Se a demissão fosse entregue hoje, por exemplo, eles teriam que cumprir aviso prévio, ou seja, teriam que trabalhar mais 30 dias. Com a demissão no dia 29, segundo eles, não teriam obrigações trabalhistas com a unidade. Se por estes dias eles receberem os atrasados, as cartas de demissão não serão entregues.
Desde a semana passada eles estão alertando o governo estadual para pagarem os salários vencidos. O pagamento não saiu e, desde a última sexta-feira, somente serviços de urgência, emergência e UTI estão funcionando. Os contratados suspenderam cirurgias eletivas, consultas e outros atendimentos. Por meio da assessoria, a Secretaria Estadual de Saúde disse que fez o repasse de R$ 7 milhões. Porém, o dinheiro ficou retido na Secretaria de Estado de Administração devido a ausência de documentação que deveria ser apresentada pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde da região do Teles Pires, que banca parte dos gastos do hospital. Um novo aditivo contratual, feito este ano, exige uma série de documentos, que ainda não foram entregues pelo consórcio, que é presidido pelo prefeito de Claudia, Wilmar Giachini.
A diretora do hospital, Rejane Potrich, disse que foi feito “plano B” se confirmada a demissão. Em reunião com o secretário estadual de Saúde, Vander Fernandes, ela apontou que a melhor forma para não fechar o hospital é contratar uma Organização Social de Saúde (OSS), temporariamente, para que envie, semanalmente, grupos de médicos para manter os atendimentos emergenciais, urgentes e na UTI. São 28 contratados que podem pedir demissão (ao todo o hospital tem 51 médicos).
“Nós não queremos que eles saiam, mas é claro que nós já estamos traçando um plano. Como diretora da unidade, não posso aceitar que o hospital feche as portas. E, se os médicos não quiserem cumprir o aviso prévio, vamos acionar estes outros profissionais o quanto antes”, disse a diretora, ao Só Notícias.
O Hospital Regional de Sorriso atende pacientes de 15 cidades do Nortão, em sistema de consórcio. As prefeituras ajudam bancar parte das despesas.
(Atualizada às 11h15)