Foram registrados no município de Sinop, neste ano, pelo Centro de Combate às Endemias da secretaria de Saúde, mais de mil casos de dengue de janeiro até novembro, chegando a 1270 notificações. Apesar de queda no número de casos nos últimos meses, a situação epidemiológica da doença transmitida pelo Aedes Aegypti, segue sendo motivo de preocupação pelas autoridades de saúde, principalmente com o volume alto de chuvas nas última semanas.
“A chuva preocupa bastante, pois no período de seca temos os depósitos, que são focos que as pessoas criam. E no período de chuva, além disso, tudo aquilo que não juntava água com a chuva vai juntar, e vai dar o mosquito da dengue de forma exorbitante como temos hoje, com um dos maiores índices da região e isso se dá a falta de cuidado. Todo mundo sabe o que tem que fazer”, disse o coordenador do Centro, Jorge Bevilaqua.
Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do início do ano até junho, o número de casos chegou em 879. No mês de junho até novembro, o número de notificações confirmadas foi de 391 casos. Para o ano que vem, o coordenador conta que projeção é preocupante e ele alerta a população para a importância da limpeza dos quintais. “Estamos trabalhando na conscientização da população para que elas limpem os seus quintais. E a culpa não é de terrenos baldios, 92% dos focos estão dentro dos quintais com pessoas habitando dentro. Então hoje, se a gente pegar 100 imóveis, 92 habitados com focos está com pessoas. Temos que levar essa conscientização até a população”, explicou.
No combate e fiscalização do mosquito transmissor, o coordenador revelou que visitas domiciliares nos bairros continuam, e que vem sendo utilizado uma aplicação de veneno em lugares que tiveram casos suspeitos ou positivos. “Estamos também com um serviço de contenção. Com um bloqueio costal, que é uma aplicação de inseticida, e o objetivo é matar fêmeas contaminadas. Isso não pode ser feito na cidade inteira, já que o veneno não afeta apenas o Aedes, e sim a classe inteira de insetos, incluindo animais pequenos e até a população se tiver alguém tiver problema respiratório. Então fazemos o trabalho com bomba costal apenas em casos positivos e suspeitos para dengue”.
Também vem sendo feito monitoramento em locais com mais chances de criação de larvas do mosquito. “Além do controle químico, estamos monitorando pontos estratégicos, em locais mais vulneráveis, onde tem mais chances de ter, como borracharias, mecânicas e locais de reciclagem. Nesses locais estamos com uma equipe passando a cada 15 dias, fazendo orientação e explicando como combater, além de notificar e aplica multas caso seja necessário”, disse.
Jorge ainda reforça para a conscientização da população, e que a reincidência pode levar para o cidadão a aplicação de multas. “O cidadão sinopense tem que se conscientizar que o problema é dele, e que cada um tem que fazer sua parte. A prefeitura em fazer a parte educativa, de orientação e de fiscalização. E a população em permitir se conscientizar e resolver o problema, pois é ela que resolve, dentro do seu quintal, você que é o responsável, e não o poder público. Nosso interesse não é multar, e sim reeducar. Se notificou e o problemas resolveu o objetivo então foi concluído, mas se notifica e não resolve ele é multado. A multa hoje é de R$ 300 reais, e se voltar a ser multado vai dobrando”, finalizou.