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Sinop: 1ª cirurgia de estimulação cerebral profunda é feita em paciente com parkinson

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Só Notícias/Kelvin Ramirez (foto: Só Notícias)

O sinopense, de 42 anos, é o primeiro paciente na região Norte do Mato Grosso a ser submetido a cirurgia para doença de parkinson, que consiste em uma técnica de estimulação cerebral profunda (DBS). O procedimento foi no último sábado, na Sinop Clínica, com o paciente acordado, e é aplicado para tratar principalmente distúrbios do movimento como tremores, rigidez e dificuldades para andar e lentidão de movimento. Apesar de não curar a doença, o DBS vem para aliviar esses sintomas, quando o medicamento não faz mais efeito.

“É indicado para pacientes que tem alguns anos de parkinson, pelo menos quatro ou cinco anos e quando as medicações não conseguem mais controlar os sintomas, e o objetivo da cirurgia é esse, tentar diminuir esse efeito e melhorar a qualidade de vida”, explicou o neurocirurgião Pablo Fruett.

A técnica utilizada é por meio de eletrodos que são implantados através do cérebro do paciente, como explica o médico. “Consiste em colocar fios, que são dois eletrodos dentro da cabeça, como se fossem dois fios desencapados e a gente conecta em um microchip embaixo da clavícula e depois que a gente coloca esse eletrodo, que tem a ponta do tamanho de um feijão, a gente tem que colocar lá no fundo do cérebro, sendo guiado por uso de imagens e por cálculos matemáticos, e temos que acertar esse ‘grão de feijão’ dos dois lados e quando acertamos vamos tentar controlar esses sintomas motores do parkinson”, explicou.

Pablo conta ainda que em sequência é necessário fazer uma programação. “Temos que programar, o que não é fácil, porque são mais de 45 mil programações que esse microchip tem, aí temos que achar para cada paciente a melhor opção dentro dessas possibilidades. É um procedimento muito sofisticado, elegante, e legal, que traz muita qualidade de vida para o paciente. É difícil porque a gente tem que achar lá no fundo do cérebro, mas quando a gente consegue isso porque temos uma boa experiência, conseguimos excelentes resultados”.

Durante todo o procedimento o paciente tem que estar acordado, com uma sedação leve e anestesia local “porque a gente tem que ir testando os sintomas dele, se ele está melhorando e a gente consegue fazer esse procedimento transoperatório para melhorar o resultado depois”, acrescentou.

Para a intervenção foram necessárias 15 pessoas envolvidas na sala de cirurgia, “técnicos de planejamento, que vieram de São Paulo e Brasília, entre cirurgiões, sendo que um veio de Caxias do Sul (RS), e mais uma equipe de suporte que veio para realizar esse procedimento”.

O médico ainda revela que mais pacientes já estão programados para realizar esse procedimento inovador na região, e que o desconhecimento desse tipo de cirurgia ainda é comum. “Temos mais dois pacientes que já foi solicitado material e que foi solicitado cirurgia, e acredito que até o mês que vem saía mais duas, e a região tem demanda, muita gente não sabia que existia essa possibilidade. Quando as pessoas ficam sabendo desse procedimento muitas famílias enxergam uma luz no fim do túnel, do familiar que está em depressão porque não consegue beber uma água que fica tremendo, então temos uma demanda grande aqui”, detalhou.

A doença de parkison não tem cura, e a técnica consiste em trazer mais qualidade de vida para o paciente, ressalta Pablo. “A ideia é melhorar a qualidade de vida, esse é o nosso foco. Não adianta tentar dar medicação e fazer alguns controles e não dar qualidade de vida e tem pacientes, como esse nosso, que tem vergonha de ir em uma janta porque ele treme, não consegue beber uma água, ele gosta muito de fazer comida e não consegue, então a ideia nossa é poder devolver a qualidade de vida para o paciente”, finalizou.

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