Pessoas que fazem uso de medicamentos regularmente terão que desembolsar mais nos próximos meses. Isso porque o preço dos remédios começa a ser reajustado no fim deste mês. O reajuste acontece anualmente, conforme autorização da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed). O presidente do Sindicato das Farmácias de Mato Grosso (Sinco- farma/MT), Ricardo Cristaldo, diz que esta medida reduz as vendas nos primeiros meses após o aumento. “Qualquer ajuste é negativo para o setor”.
Cristaldo explica que os medicamentos têm aumento diferenciado. “Cada um tem um percentual, de acordo a inflação. Alguns sobem mais. No 1o mês as vendas caem, mas por ser um produto necessário, quem precisa tomar remédio sempre não tem saída e acaba comprando com ou sem reajuste”. Os novos valores terão como referência o Preço Fabricante (PF), cobrado a partir de 31 de março de 2013, e o fator deprodutividade para 2014, de 4,66%. A medida permite repassar aos consumidores, através dos preços, as projeções de ganhos de produtividade das empresas fabricantes. Uma resolução publicada no Diário Oficial da União (DOU) explica que “o ajuste de preços de medicamentos será baseado em um modelo de teto de preços calculado com base em um índice, um fator de produtividade, uma parcela de fator de ajuste de preços relativos intrassetor e uma parcela de fator e ajuste de preços relativos entre setores”.
O índice utilizado será o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumulado no período de março de 2013 a fevereiro de 2014. Para os consumidores não resta outra alternativa a não ser pagar mais caro. A aposentada, Idalina Cruz, precisa tomar remédio para hipertensão e já está acostumada com o aumento. “Já faz alguns anos que tomo remédio então quando chega esse período já me programo. Quando tenho condições compro de uma vez os medicamentos para 2 meses, quando está perto de aumentar o preço”.
Depois da publicação oficial da inflação medida pelo IPCA de fevereiro deste ano, a Cmed editará resolução esp cífica para definir o Preço Fabricante e o Preço Máximo ao Consumidor dos medicamentos e também a forma de apresentação de Relatório de Comercialização pelas empresas produtoras e outras providências relacionadas ao reajuste.