A Secretaria de Estado de Saúde (Ses), seguindo orientação do Ministério da Saúde (MS), recomenda à população mato-grossense a vacinação contra a rubéola, que faz parte do calendário vacinal de rotina das crianças. “É importante que os pais verifiquem se o cartão de vacinação está em dia. Caso contrário, devem levar o filho à unidade de saúde mais próxima para ser imunizado contra a doença. Já os adultos adequadamente vacinados na infância ou na adolescência não devem se preocupar, mas homens e mulheres suscetíveis [não imunizados] também devem tomar uma dose para se protegerem”, disse a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Lourdes França.
Conforme Lourdes França, a vacina contra rubéola (tríplice viral, que protege contra sarampo; rubéola e caxumba) foi implantada em 1987 no calendário de rotina e é disponibilizada gratuitamente nos postos de saúde e policlínicas de todo o Estado. A aplicação deve ser feita aos 12 meses de idade (dose única), com um reforço entre os quatro e seis anos de idade.
Lourdes França explica que a rubéola é uma doença causada por vírus, benigna, mas altamente contagiosa. Não apresenta grandes riscos para o indivíduo, sendo a grande preocupação com as mulheres em idade fértil (até os 49 anos) que não tiveram a doença ou que nunca tomaram nenhuma dose da vacina e que devem ser vacinadas antes de engravidar. Nas mulheres não-imunizadas, a aplicação é feita até os 49 anos e, nos homens, até 39 anos de idade.
“A vacinação é a melhor forma de evitar a doença, interrompendo assim a circulação do vírus selvagem e diminuindo o risco de infecção em gestantes suscetíveis à doença”, disse. No ano passado, foram registrados seis casos da doença em Mato Grosso, sendo três em Cuiabá, um em Jaciara, um em Juína e outro em Sinop.
Segundo Lourdes França, nas mulheres não-imunizadas se a rubéola é contraída na gestação pode resultar em complicações como abortos ou na ocorrência da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), que se apresenta através de malformações congênitas (surdez, catarata congênita, glaucoma congênito e malformações cardíacas, dentre outras).
A transmissão da doença ocorre pelas vias respiratórias com a aspiração de gotículas de saliva ou secreção nasal. Os principais sintomas são: febre, manchas avermelhadas na pele (exantema) e ínguas na região do pescoço (inchaço dos gânglios linfáticos). O tratamento consiste em controlar a temperatura corporal, ingerir bastante líquido e fazer repouso.
Além da vacinação de rotina, a detecção precoce de casos suspeitos para a imediata ação de bloqueio vacinal das pessoas susceptíveis e que tiveram contato com o doente é uma das principais medidas de controle da rubéola. Por isso, todos os casos suspeitos devem ser notificados para que possam ser adotadas, em tempo hábil, medidas que diminuam o risco de disseminação da infecção para a população. “Desde 1996 a rubéola integra a lista de doenças de notificação compulsória. Em caso de suspeita de rubéola procure o posto de saúde mais próximo. Não tente se medicar sozinho para o quadro não se agravar”, recomendou. Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina relataram casos da doença neste ano de 2007. A orientação é a proteção por meio da vacina.