A secretaria de Estado de Saúde e o Ministério da Saúde divulgaram, hoje, o início da segunda fase da pesquisa de prevalência de infecção por Covid, que será realizada pelo governo Federal. O objetivo do estudo é mensurar a quantidade de pessoas que já tiveram contato com o vírus; visitações e coletas desta etapa já começam na próxima semana. A Pesquisa de Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil é realizada em diversos estados brasileiros. Em Mato Grosso, o Ministério da Saúde selecionou os municípios de Cuiabá, Santo Antônio do Leverger e Várzea Grande para participarem do estudo.
Nesta semana, a equipe da Organização Pan-Americana de Saúde e do Ministério da Saúde apresentou a metodologia de pesquisa à secretaria Estadual de Saúde. O Estado auxiliará na divulgação da ação e na articulação, se necessário, junto aos municípios. O governo do Estado apoia integralmente essa pesquisa e articula isso junto aos municípios. Essa é, provavelmente, a maior pesquisa de prevalência realizada no mundo em relação à Covid-19, com a coleta de sangue de mais de 200 mil pessoas em todo o país. O objetivo é chegar ao percentual de pessoas que já tiveram contato com o vírus”, explicou o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo.
A apoiadora da Rede do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde, Tatiana Helena Belmonte, reforçou que o Estado irá auxiliar a articulação junto às gestões municipais. “Vamos apoiar as equipes de saúde local na articulação para que a pesquisa alcance a meta estabelecida, tendo em vista que elas precisarão do apoio das equipes da Atenção Básica local”.
De acordo a técnica da secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Magda Duarte, a expectativa é de que o estudo seja concluído até o dia 30 de setembro. Nesse período, serão visitadas 1.233 casas e coletadas 4.193 amostras em Mato Grosso. A técnica ainda enfatizou que esta é a segunda fase do estudo. Na primeira fase, o Ministério da Saúde ligou para as pessoas residentes dos municípios selecionados para agendar e realizar a coleta. Nesta segunda etapa, a equipe vai até a casa das pessoas selecionadas cujo agendamento não foi realizado porque não foi possível fazer contato telefônico.
“Estamos fazendo um estudo transversal que vai medir a prevalência dos anticorpos IGG da Covid na população por meio da análise sorológica. Para isso, serão coletadas duas amostras de sangue, uma para analisar o IGG e outra para compor o biobanco da Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz]. Essa segunda amostra vai servir para continuarmos estudando o comportamento da Covid-19”, explica Magda.
Magda informa que as equipes do laboratório estarão devidamente uniformizadas e identificadas. Durante as visitas, as equipes farão perguntas sobre renda, raça/cor, escolaridade, idade e estado civil. O objetivo também é entender a situação sociodemográfica dessa população.
A pesquisa tem a autorização da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa e do Comitê de Ética de Pesquisa da Opas Washington. O estudo é promovido por meio do comitê de governança composto pelo Ministério da Saúde, Opas, Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Fundação Oswaldo Cruz e Fiocruz.
“Garantimos a confidencialidade e segurança dos dados de cada uma dessas pessoas participantes, pois as empresas que foram contratadas não vão usar esses dados para nenhum outro fim a não ser o previsto em contrato, que é o estudo da Covid-19 e armazenamento de amostra no biobanco da Fiocruz”, explicou Magda.
Para a consultora externa da Opas, Mariana Croda, o estudo é importante porque vai possibilitar a análise de como o Coronavírus se comportou e, a partir disso, desenvolver estratégias futuras de contenção a doença. “Essa amostra é representativa de todo o Brasil. Em Mato Grosso, foram escolhidos os municípios da baixada cuiabana justamente pela representatividade deles na população geral do estado”.