Um setor da Policlínica “Drº Silvio Curvo”, no bairro Pascoal Ramos, a ala de observação infantil, está preparada para receber os casos suspeitos de H1N1, até que passem pela avaliação de um médico infectologista. A medida foi tomada pela Diretoria de Atenção Secundária da Secretaria de Saúde de Cuiabá, para garantir o isolamento necessário desses pacientes até que seja comprovada ou não a doença. Alem disso, pacientes com a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) que necessitarem, estão sendo encaminhados diretamente para as unidades hospitalares.
Desde que houve a confirmação da primeira e única morte por Influenza A H1N1 em Cuiabá, um idoso de 73 anos morto nove dias após ser internado no ultimo dia 11 de fevereiro, a Secretaria de Saúde de Cuiabá, vem monitorando alguns casos suspeitos da doença e, segundo os técnicos, não há motivo para pânico entre a população.
Nesta quarta-feira (6) a Diretoria de Vigilância à Saúde em Saúde, da Secretária de Saúde de Cuiabá, divulgou o Boletim Semanal da Síndrome Respiratória Aguda Grave, relativo à 13ª Semana de 2016, que compreende o período de 27 de março a 02 de abril.
Segundo o boletim, nesse período, foram notificados à Coordenadoria de Vigilância as Doenças e Agravos (Covida) 22 casos suspeitos, sendo 15 de residentes da capital e 7 de outros municípios.
Desde o inicio deste ano, já foram notificados 26 casos suspeitos em residentes em Cuiabá e outros 13 casos suspeitos relativos à pacientes provenientes de outros municípios. Desse total, somente um foi confirmado, 04 de residentes na capital e outros 03 de municípios do interior foram descartados.
Para a técnica do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS), Moema Couto Silva Blatt, a situação que vivemos no momento está dentro da normalidade.
“A situação que vivemos está a princípio dentro da normalidade mas em virtude do deslocamento das pessoas especialmente a São Paulo ou vindo de lá, há o risco de aumento no número de notificações. Por isso trabalhamos os boletins de alerta sobre os riscos da doença”.
De acordo com o CIEVS, em 2014 foram feitas 78 notificações a Vigilância em Saúde. Foram registrados 17 óbitos, dos quais 06 foram confirmados para H1N1.
Em 2015 foram 20 notificações, nenhum caso foi confirmado para H1N1. No ano passado ocorreram 06 óbitos sendo que 05 deles foram descartados e o outro ainda está sem conclusão.
“O que há de atípico agora é a época do ano em que estão ocorrendo estes casos”, salientou Moema Blatt.
Para orientar os profissionais nas unidades de saúde, o CIEVS emitiu no ultimo dia 31 de março, um boletim direcionado aos profissionais da Saúde contendo informações e recomendações para que por meio de ações preventivas, seja evitado um surto da doença.
Entre as recomendações aos profissionais da saúde está a notificação imediata dos casos de SRAG, a utilização correta dos equipamentos de proteção individual, a implementação de medidas de precaução padrão de acordo com o protocolo de tratamento do Ministério da Saúde e a vacinação, que terá inicio dia 30 de abril e vai até o dia 20 de maio.
Em relação a vacinação, o coordenador da Vigilância as Doenças e Agravos (Covida), Fernão Leme Franco disse que durante a campanha nacional de vacinação a prioridade são as crianças na faixa etária de seis meses a menores de cinco anos, trabalhadores da saúde e do do sistema prisional, população indígena, gestantes, adultos com 60 anos ou mais, portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clinicas especiais.
Fernão Leme faz também um alerta a população sobre os cuidados necessários para se evitar a contaminação. “Cuidados simples como sempre lavar as mãos com água e sabão ajudam a evitar a doença. Também é recomendável passar o álcool em gel e, sempre que for tossir ou espirrar usar lenço descartável para cobrir a boca e nariz. Além disso, evitar aglomerações e o contato com doentes e, se tocar em objetos coletivos não colocar as mãos nos olhos, boca ou nariz”.
Nas unidades de saúde, a recomendação da Vigilância em Saúde é a desinfecção e limpeza além do uso de equipamentos de proteção individual como máscaras e luvas e o isolamento dos pacientes que chegam com suspeita de H1N1 até a avaliação com um médico infectologista.