A Secretaria de Estado de Saúde (SES) não adquiriu medicamentos da empresa Medicminas Equipamentos Médicos Ltda, com sede em Belo Horizonte (MG), que teve a suspensão de todos os lotes dos seus produtos determinada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com o secretário adjunto de Saúde, Antônio Augusto de Carvalho, a Anvisa suspendeu a utilização dos medicamentos da Medicminas devido ao incidente ocorrido em Itagiba, Sul da Bahia, quando a Vigilância Sanitária comunicou à Agência Nacional três mortes com suspeita de estarem associadas ao uso de anestésico da Medicminas após a realização de exame endoscópico “Esta empresa não consta como fornecedora da Saúde do Estado”, disse o secretário Adjunto de Saúde, Antônio Augusto de Carvalho.
Apesar disso a Coordenadoria de Vigilância Sanitária (Cvisa) da Ses encaminhou ofício circular para todos os serviços de diagnóstico e imagem, secretarias municipais de Saúde, distribuidoras de medicamentos, hospitais e aos 16 Escritórios Regionais de Saúde (ERS), que abrangem os 141 municípios mato-grossenses, informando sobre a suspensão da utilização dos anestésicos Lidocaína spray 500ml, Lidocaína 10% solução 500ml e Lidocaína 2% Gel 120g, todos distribuídos pela empresa Medicminas Equipamentos Médicos Ltda, com sede em Belo Horizonte (MG).
. O adjunto de Saúde explicou que “diante da gravidade da suspeita e da possibilidade de hospitais particulares terem adquirido os medicamentos, comunicamos a todos para que não utilizem qualquer produto da Medicminas”. Ele disse que “conforme o Ministério da Saúde, o problema é pontual e não compromete os exames endoscópicos feitos com os demais anestésicos desde que não sejam da Medicminas”.
Além de suspender a comercialização dos produtos suspeitos, a empresa também foi interditada por não ter autorização para funcionamento. “Todo medicamento comprado pela Secretaria de Estado de Saúde é licitado. Portanto, é necessária toda a documentação do fornecedor. A empresa precisa ter alvará sanitário e autorização da Anvisa. É o que as unidades particulares devem exigir”, comentou o coordenador de Vigilância Sanitária (CVisa), Benedito Oscar Fernandes de Campos,
Conforme Benedito Oscar, a proibição é nacional e todos os lotes estocados nos hospitais não poderão ser utilizados até a liberação oficial pela Anvisa. A apreensão cautelar do produto é por um período de 90 dias até que a Agência Nacional tenha os resultados laboratoriais dos medicamentos. “Independente do lote, todo produto da empresa Medicminas Equipamentos deve ser interditado. E o estabelecimento de serviços de Saúde que adquiriu os produtos desta empresa deve informar a Secretaria de Estado de Saúde para as devidas providencias”, alertou Benedito Oscar.
Além de Mato Grosso, os Estados que receberam medicamentos da empresa Medicminas são: Amazonas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins.
Benedito Oscar explicou que como a Medicminas está irregular não há mapeamento da distribuição do produto nos Estados, o que dificulta a identificação dos hospitais que possam ter comprado os medicamentos da empresa. Por isso foi encaminhado o ofício para todos os hospitais, secretarias e escritórios regionais de saúde. “As informações de quem tem o lote vão chegar de forma gradativa. A Saúde está empenhada na notificação de todos os hospitais. Em Mato Grosso em torno de 500 profissionais compõem a rede de vigilância sanitária do Estado e das Secretarias Municipais de Saúde”, disse Oscar Benedito.