A prefeitura de Sinop criou, esta manhã, uma sala de emergência para enfrentamento da dengue e que atuará de forma permanente e estratégica no combate ao problema. A decisão leva em conta o atual cenário registrado no município de 2.458 notificações da doença, das quais 722 casos foram confirmados até 12 do mês passado. Uma morte confirmada por dengue hemorrágica e uma segunda sob investigação e, ainda, a conjuntura favorável à ocorrência de criadouros, devido ao alto volume de chuvas.
O grupo de trabalho congrega agentes das áreas de Saúde, Meio Ambiente, Educação e Obras e será responsável pelo planejamento de ações e políticas de resposta. Um biólogo cedido pelo Ministério da Saúde ao município coordenará a frente. A primeira reunião ocorreu na Secretaria de Saúde.
Dentre as ações já estabelecidas está a elevação do número de equipes que atuam em ações de bloqueio em áreas prováveis de transmissão, com vistas à diminuir a população adulta de mosquitos pela aplicação de inseticidas: cinco serão integradas ao efetivo, passando de duas para sete as equipes vigentes; paralelamente a isso, mais 60 servidores serão contratados em janeiro para a parte de orientação pedagógica, visitas e trabalhos com as pré-notificações de moradores em cujos imóveis forem encontradas larvas. Segundo explica o secretário de Saúde, Gerson Danzer, o foco é tentar frear a alta incidência do mosquito Aedes aegyti em Sinop. Para tal, o poder público município convoca toda população a se juntar na mesma causa.
“Infelizmente, já ocorreu o óbito de uma criança diagnosticada com dengue e um segundo caso sob suspeita. Também, infelizmente, os moradores não estão fazendo o seu dever de casa porque nosso dever é não deixar água parada. Mais de oitenta por cento dos casos de dengue são encontrados dentro das nossas casas. É preciso se ter esse cuidado. Enquanto Prefeitura e dado o que está ocorrendo, vamos envolver várias secretarias neste esforço conjunto”, afirma Danzer.
A prefeitura realizará a limpeza de áreas públicas institucionais sob sua responsabilidade, priorizando-as. Entretanto, para que elas se mantenham livres de sujeira e lixo, é preciso que a população não pratique descarte irregular de entulho, pois são potenciais criadouros. Em caso de terrenos particulares, o município atuará de forma intensiva, apoiado na lei municipal que estabelece as condutas e diretrizes de meio ambiente, prevendo penalidades em caso de sujeira.
Outra das medidas decidida em âmbito sala de emergência está a antecipação, já em janeiro, do mutirão para recolhimento de entulhos e materiais potenciais criadouros de larvas do Aedes. Só no último ano, o mesmo mutirão retirou 120 caminhões com itens que acumulam água. Nos bairros, os Agentes Comunitários de Saúde deixarão a ‘linha de frente’ das Unidades Básicas de Saúde para se juntarem à força-tarefa que prestará orientações e fiscalizará imóveis diversos. “Vão trabalhar o tempo que achar necessário única e exclusivamente para estarem olhando, acompanhando e fiscalizando os quintais das pessoas para verificar se tem ou não foco. Os focos estão dentro de casa e precisamos acompanhar para ver como está o problema”, acrescentou o secretário.
Entidades de classe do município, bem como instituições como Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, também serão chamadas para se juntarem à sala de emergência e trabalharem de forma cooperada, repetindo o sucesso das últimas parcerias. A segunda reunião da força-tarefa está programada para a manhã do dia 08 de janeiro, a partir das 8h, na sede da Secretaria de Saúde.
A prefeitura de Sinop conta, também, com o apoio da sociedade para a realização de denúncias de imóveis e locais com suspeita de entulho acumulado e foco de dengue. O número de telefone é o 3511-1829, além do aplicativo Se Liga Sinop, baixado gratuitamente pela internet em qualquer smartphone.
Em locais onde forem flagrados focos do mosquito e, de acordo com o grau de infestação, serão lavradas multas de imediato. Em casos considerados menos graves, uma pré-notificação dará tempo para que o morador se regularize, sob risco de ser penalizado quando da realização de uma próxima vistoria pelo poder público.
A prefeitura também reforçará a orientação e fiscalização às empresas do ramo imobiliário para que também realizem vistorias em imóveis à venda e/ou locação, mas que se encontram vazios e com água parada em calhas e/ou piscinas. Casos dessa natureza já têm chegado ao município por meio dos canais de denúncias.