Uma pesquisadora da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) está integrando o projeto que estuda a criação de uma vacina oral contra o coronavírus (covid-19). Os estudos, coordenados pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), além de buscar pela imunização da doença, também procuram fatores ecológicos que possam minimizar a gravidade no trato respiratório de pacientes de grupos de risco. Também investigam novos coronavírus circulantes em escala local.
A pós-doutora em microbiologia, Julliane Dutra Medeiros, vinculada à Unemat, foi convidada pelo coordenador do projeto e professor do Instituto de Ciências Biológicas da UFJF, Cláudio Galuppo Diniz, para participar da pesquisa. Ela explica que a ideia é utilizar uma bactéria benéfica como veículo da vacina e, para isso, é necessário avaliar o material genético do vírus, para encontrar um alvo candidato para ser essa vacina. “Eu tenho muita experiência nesse tipo de análise e, por isso, o professor Cláudio me convidou para integrar o grupo”.
Juliane Medeiros destaca que o estudo é um avanço significativo para a ciência brasileira, já que, caso o grupo obtenha êxito na imunização, o resultado poderá ser uma vacina de qualidade e que poderá ser produzida em larga escala e com custo viável.
O coordenador Diniz explica de forma mais didática como a vacina está sendo produzida. Segundo ele, as bactérias benéficas aos seres humanos serão separadas e modificadas em laboratório por meio de métodos de engenharia genética. Depois disso, elas serão introduzidas no corpo humano pela via oral e deverão apresentar as estruturas do novo coronavírus. “Saberemos se obtivemos sucesso na vacina se o corpo desenvolver imunidade à covid-19”.
Questionado sobre quando a vacina estará no mercado, Cláudio frisa que, assim como qualquer vacina, o trâmite precisa ser respeitado e isso requer tempo. Destaca que, mesmo que a dose seja concluída com atraso, se comparada às outras que estão sendo desenvolvidas no mundo, o tempo é necessário para soluções científicas de qualidade.
A pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo a Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG) e Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais.