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Pacientes denunciam precariedade em Pronto-Socorro de Mato Grosso

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Mesmo após ser alvo de ação judicial solicitando aquisição de equipamentos e materiais hospitalares, o Pronto-Socorro de Cuiabá continua com estrutura precária para manter os atendimentos. Até mesmo medicamentos, como antibióticos, faltam na unidade. E em locais onde "tudo falta", é preciso improvisar. Foi o que ocorreu com o filho da cozinheira Ana Luíza Magalhães, 36. O adolescente de 15 anos foi internado no PS há 4 dias, após levar um tiro na perna. Depois de passar pela ala vermelha, destinada a casos de emergência, foi transferido para uma sala de observação.

A mãe diz que ficou indignada quando foi visitar o garoto e viu o pé dele enfaixado e amarrado em um galão de detergente cheio de água. "Eles me falaram que é para não atrofiar o músculo ou romper no local da fratura do osso. É um absurdo o descaso com os pacientes que estão todos misturados na ala. O ortopedista nem passa lá".

Um taxista, que pediu para não ser identificado, acompanhou por quase 20 dias o irmão que foi internado na unidade. Ele revelou que a equipe médica não tinha bisturi e nem gaze para fazer o curativo no ferimento do irmão. "A situação está caótica. Até mosca tinha na sala onde meu irmão estava internado. Isso é inadmissível".

O Sindicato dos Médicos do Mato Grosso (Sindimed) já cobrou explicações da Secretaria de Saúde da Capital sobre a falta de materiais e medicamentos. Porém, segundo o vice-presidente Celso Vargas Reis, não obteve respostas. "Faltar medicamento em um Pronto-Socorro é como faltar arroz em casa. É o básico, não pode faltar".

Em agosto, o Ministério Público entrou com ação para que a Prefeitura providenciasse a aquisição imediata de materiais e equipamentos solicitados pela diretoria administrativa do Hospital e Pronto-Socorro. Alguns considerados urgentes, como bisturis eletrônicos, aparelhos de anestesia, máscaras, cilindros de oxigênio portátil, termômetros digitais, suportes para soro, desfibriladores, aparelhos de pressão, termômetros digitais, caixas para traqueoscopia, dentre outros.

O mesmo pedido, com aproximadamente 5 mil itens, já tinha sido encaminhado para a Secretaria Municipal de Saúde várias vezes, em caráter de urgência, já que são considerados básicos para o atendimento da população. Mesmo assim, nenhuma providência foi tomada.

Atraso – O Sindimed também denunciou atraso no pagamento de alguns médicos. Segundo o vice-presidente, as pendências já passam de 60 dias e atingem equipes que foram contratadas para serviços terceirizados. "São pequenas terceirizações de alguns serviços feitos pela Prefeitura para um grupo médico, mas desde outubro o pagamento não é feito".

Outro lado
A Secretaria Municipal de Saúde informou, por meio da assessoria, que 90% da lista de medicamentos solicitada pela direção do PS já foi adquirida e que desconhece a falta de materiais. Reconheceu que, eventualmente, pode faltar algum medicamento devido a problemas com fornecedores, porém garantiu que a farmácia está abastecida. A secretaria negou atraso no pagamento aos profissionais.

 

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