Em média, 85% dos caminhoneiros têm sinais de obesidade, de acordo com o responsável pela área de saúde da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Mato Grosso, Alessandro Dorileo. A pressão arterial é alterada em 35% deles e 20% têm índices de glicemia altos. Dorileo faz parte das equipes que atendem os caminhoneiros durante o “Parada Legal do Oeste”, realizado pela Rota do Oeste em parceria com a PRF, que começou na terça-feira (17) e segue até hoje.
Segundo Dorileo, que participa de programas de atendimento à saúde de caminhoneiros desde 1999, eventos como esse são importantes para que eles passem por um check-up completo e tenham acesso a orientações para ter uma vida mais saudável. “A alimentação errada e a falta de exercícios, associados ao trabalho na boleia do caminhão, onde passam até 12 horas sentados, traz consequências ao longo dos anos, à medida que envelhecem”.
José Alry, 52 anos, é motorista profissional há oito anos e, ao descarregar uma carga de motos em Cuiabá ficou sabendo do evento e decidiu participar. Segundo ele, teve que fazer um tratamento de um ano e meio após ter se tornado obeso e tomar pílulas para se manter acordado e cumprir os prazos das entregas. “Isso foi prejudicando minha saúde, meu fígado, intestino. Hoje meu peso voltou ao normal. Vim participar porque não é todo dia que temos essa oportunidade”.
Já Eliseu Machado de Mello, 46 anos, e há 27 anos caminhoneiro, escutou na televisão o anúncio do evento e aproveitou que o caminhão está na garagem para ir até o posto de combustível. Durante os exames, recebeu uma boa notícia. “Baixei minhas triglicérides de mais de 400, quando fui ao Parada Legal em Sorriso ano passado, para 377 este ano”.