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Municípios de MT aderem à campanha de combate à hanseníase

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Setenta e nove municípios mato-grossenses aderiram à Campanha Nacional de Hanseníase, Geohelmintíase e Tracoma. Destes, 58 são prioritários e 21 fizeram adesão espontânea. No estado, o Ministério da Saúde listou 63 municípios como prioritários, em 2016 e, destes, 58 receberam o recurso conforme portaria 1.231/2016. Em contrapartida, 21 cidades que formalizaram adesão espontânea serão contemplados com material e medicamento.

A iniciativa busca reduzir a carga parasitária de geohelmintos (verminoses que se instalam no interior do corpo), identificar casos suspeitos de hanseníase e encaminhar os casos e seus contatos positivos para tratamento, além de identificar e tratar casos de tracoma (doença bacteriana que acomete os olhos). O público-alvo são crianças e adolescentes entre cinco e 14 anos de idade, da rede pública de ensino dos municípios. Foram cadastradas 1.020 escolas, com total de 327.884 mil alunos. Especificamente para tracoma, foram cadastrados 20 municípios, 132 escolas e 29.112 alunos.  

A técnica da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), responsável pela campanha no estado, Regina Mary da Silva Nascimento, explica que os municípios prioritários são os que desenvolveram a campanha no ano passado. Segundo ela, a realização da campanha integrada ao ambiente escolar tem se mostrado uma estratégia efetiva para atingir os objetivos propostos. “Isso foi evidenciado, com base nos resultados obtidos nas três primeiras campanhas, com a ampliação do número de municípios participantes e das coberturas de tratamento”.

Regina Nascimento destaca que as atividades da campanha abrangem, ainda, orientações aos professores e estudantes, sobre as doenças a serem trabalhadas na ação e mobilização da comunidade, com base no material didático confeccionado pelo Ministério da Saúde. Para detectar os casos de hanseníase, é utilizado um formulário denominado ficha de autoimagem, que os estudantes levam para preencher junto com os pais ou responsáveis e o devolvem à escola.

As fichas são triadas pelos profissionais de saúde e os casos com lesões suspeitas de hanseníase são encaminhados à unidade de saúde para confirmação diagnóstica e tratamento. No caso da tracoma, os alunos são submetidos ao exame ocular externo, realizado por profissionais capacitados, e os casos positivos e seus contatos domiciliares são encaminhados para tratamento.

O coordenador do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, Cícero Fraga de Melo, ressalta que o Programa de Hanseníase está implantado nos 141 municípios, ofertando a todos os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), a prevenção, diagnóstico e tratamento com distribuição gratuita dos medicamentos. Ele acrescenta que no Brasil, assim como em Mato Grosso, não existe isolamento compulsório.

Com a implantação da poliquimioterapia no final da década de 80, o tratamento é eficaz e realizado a nível primário na unidade de saúde mais próxima da casa do paciente, sem necessidade de hospitalização ou isolamento. “O Estado não vem diminuindo sua taxa de detecção, ao contrário, vem intensificando ações de busca ativa que visam o diagnóstico precoce e o tratamento em tempo oportuno, o que evidencia o crescente número de casos em alguns municípios. Isso é resultado de um programa de educação continuada de equipes multiprofissionais, o que torna todos os municípios aptos para diagnosticarem e tratarem seus pacientes”.

É uma doença crônica, infectocontagiosa, causada por um bacilo capaz de infectar grande número de indivíduos (alta infectividade), embora poucos adoeçam (baixa patogenicidade). É uma das doenças mais antigas que se tem registro na história. Essas propriedades não ocorrem em função apenas das características intrínsecas do agente etiológico, mas dependem, sobretudo, da relação com o hospedeiro e o grau de endemicidade do meio, entre outros aspectos.

Mesmo caracterizando-se pelo seu alto poder incapacitante, motivo histórico de estigma e exclusão, a doença tem tratamento e cura. Por isso, a estratégia para redução da carga de hanseníase baseia-se, essencialmente, na busca ativa de casos novos para a detecção precoce, prevenindo as incapacidades decorrentes do diagnóstico tardio, e na cura dos casos diagnosticados.

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