Mato Grosso concentra a segunda maior taxa de mortes por hepatite na região Centro-Oeste. Em dez anos, isto é, de 1999 a 2009, faleceram 222 pessoas em consequência da doença (tipos A, B, C, D e E). A hepatite B tornou-se, neste período, a principal causa dos registros, vitimando 111 matogrossenses entre os sexos masculino e feminino. Sua transmissão é sexual, frequentemente, e também sanguínea. Ocorre pelo compartilhamento de seringas e agulhas, contaminadas, colocação de piercing, procedimentos de tatuagem, e manicure com materiais não esterelizados, compartilhamento de objetos contaminados com sangue, transfusão de sangue, hemoderivados, hemodiálise ou ainda sêmen e secreção vaginal.
No Estado, outras 79 pessoas morreram devido a hepatite C (transmitida principalmente pela via sanguínea, mas há casos ocorridos devido a relações sexuais desprotegidas); 26 pelo tipo A (doença viral, transmitida pela água, alimentos contaminados, mãos mal lavadas, ou sujas de fezes e objetos contaminados); 4 pelo tipo D (o indivíduo precisa ter tido a hepatite B) e 2 pelo tipo E.
Na região Centro-Oeste, a situação mais grave é a de Goiás, com 366 óbitos. A hepatite C figura como a responsável pela maioria dos casos neste período: 209 registros. Por sua vez, a hepatite B atingiu 144 pessoas e a A, 13. Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal contabilizaram, cada um, 169 e 171 mortes. Os números do Ministério da Saúde evidenciam a necessidade de se ampliar o leque de medidas para reduzir as hepatites virais no país.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou, recentemente, metas que o ministério pretende implementar para baixar os índices da hepatite. Somente para o caso B, por exemplo, vai aumentar em 163% a quantidade de vacinas. Além disto, estender a oferta de triagem sorológica a todas as gestantes que fazem o pré-natal no Sistema Único de Saúde (SUS) e todos os recém-nascidos de mães portadoras da doença receberão profilaxia – vacina e imunoglobulinas.
No país, entre 1999 e 2009, foram 96.044 casos confirmados da hepatite tipo B. Mais de 50% dos casos se concentram entre indivíduos de 20 e 39 anos e cerca de 90% são agudos. Em Mato Grosso, foram 2.809 casos. Em relação aos outros tipos de hepatites, foram 124.687 registros (tipo A) no Brasil. No Estado, 2.688. Do tipo C, 60.908 mil no Brasil e 191 em Mato Grosso. Tipo D, 1.605 no Brasil e 17 em Mato Grosso. Já para a hepatite E, foram 14 na unidade federada.
(Atualizada às 10:24h)