O Ministério Público do Estado instaurou, até o momento, 44 procedimentos para investigar as causas da proliferação da dengue em Mato Grosso. Alguns deles resultaram em ações civis públicas, notificações recomendatórias e termos de ajustamento de conduta. Os dados constam em relatório elaborado pela Procuradoria de Justiça Especializada na Defesa da Cidadania.
Em Alta Floresta (803 km ao norte de Cuiabá), por exemplo, moradores que não estão tomando os cuidados necessários para evitar o aumento de focos de larvas do mosquito estão sendo notificados a comparecer à Promotoria de Justiça e assinar um Termo de Ajustamento de Conduta dando ciência que tal prática pode configurar crime, com reclusão de 10 a 15 anos.
Em Barra do Garças (509 km a leste de Cuiabá), a Promotoria de Justiça da cidade notificou o prefeito do município a instalar um posto de coleta e destinação de pneus inservíveis (Ecoponto). Foi concedido um prazo de 30 dias para que todos os pneus abandonados ou depositados em locais impróprios fossem recolhidos.
Já em Primavera do Leste (231 km ao sul de Cuiabá), o Ministério Público decidiu atacar o problema do abandono de veículos em condições precárias de uso nas vias públicas. A água acumulada no interior desses veículos tem ocasionado a proliferação do mosquito da dengue. A notificação é para que o município providencie a retirada dos calhambeques.
Dados da Secretaria de Saúde do Estado de Mato Grosso revelam que os casos de dengue cresceram 86% em apenas uma semana. Entre a primeira e a segunda semana de janeiro, os casos registrados saltaram de 2.814 para 5.243. Já os graves subiram de 86 para 166. Em Cuiabá, até o momento foram notificados 710 casos da dengue. Em Várzea Grande, segunda maior cidade do Estado, foram registrados 442 casos. Desses, 31 foram considerados graves.