A Secretaria de Estado de Saúde realizará entre os dias 28 deste mês a 30 de novembro a “Campanha Para Enfrentamento das Hepatites Virais”. Uma das estratégias será a ampliação da vacinação para hepatite A (crianças de um a dois anos) e hepatite B, nas unidades de saúde, em todos os municípios do Estado.
Em virtude da dificuldade de aquisição de vacinas pelo Ministério da Saúde, o público alvo neste momento serão os profissionais de saúde, pessoas privadas de liberdade, indígenas, profissionais do sexo e homossexuais. No caso de sobras, a vacinação da hepatite B será estendida à população em geral.
Outra estratégia será a intensificação da ‘testagem rápida e/ou sorológica para hepatites B e C’ – para população em geral, com foco no diagnóstico, início de tratamento precoce e controle da infecção por meio da redução da transmissibilidade aos contatos. Além disso, é importante aproveitar a data alusiva para estimular a prática de educação em saúde visando à promoção e prevenção do agravo.
Quanto às Hepatites Virais, os tipos mais comuns são: A, B, C, D e E. A hepatite é uma inflamação no fígado e existem diversas etiologias para esse agravo: as induzidas por medicamentos; por ingestão abusiva de álcool; por doenças metabólicas, genéticas e autoimunes. As infectocontagiosas por vírus, cujos casos suspeitos e confirmados são de notificação compulsória para a vigilância epidemiológica.
Hepatite A – Em Mato Grosso, no ano passado, a população de crianças de 1 a 2 anos incompletos era de 52.979 mil e foram realizadas 52.709 mil doses de vacina contra Hepatite A, o que ofereceu uma cobertura vacinal de 99,5%, um pouco maior que a meta estipulada de imunização pelo Ministério da Saúde.
Cuiabá e Várzea Grande não conseguiram atingir essa meta, 90,1% e 83,3%, respectivamente. Rondonópolis obteve uma cobertura de 95,5% e Sinop 107,9%.
Noventa e cinco municípios conseguiram atingir a meta de 95% de cobertura vacinal, o que atinge um valor de homogeneidade de cobertura de 67% (o ideal seria que pelo menos 70% dos municípios atingisse a meta).
Em 2016, entre janeiro e maio, o Estado apresentou uma cobertura vacinal parcial de 46,5%, sendo que Cuiabá obteve uma cobertura de 48,4% e Tangará 91,5% . Somente 10 municípios já alcançaram a meta estipulada pelo Ministério.
Em 2015, foram registrados 116 casos novos e as regionais de maior incidência foram Baixada Cuiabana (51), Cáceres (28), Sinop (13) e Peixoto de Azevedo, com nove. Este ano já foram registrados 14 novos casos, sendo oito na regional de Peixoto de Azevedo. O diagnóstico é feito por exame de sangue para detecção de anticorpos do vírus da Hepatite A.
Hepatite B – A imunização: para menores de um ano a rede publica de saúde oferece a vacina pentavalente. Este ano, entre janeiro e maio, 35 municípios do Estado já conseguiram atingir a meta do Ministério da Saúde de 95% de cobertura vacinal. Para a população na faixa etária entre 1 e 29 anos o esquema vacinal para hepatite B é de três doses (intervalo de um mês entre a primeira e a segunda de seis meses entre a primeira e a terceira). A meta proposta pelo Ministério da Saúde para essa vacina também é de 95%. A cobertura total de imunização para hepatite B em Mato Grosso tem superado essa meta. Este ano já atingiu 86,8%.
O diagnóstico pode ser realizado através de teste rápido (de triagem) nas Unidades Básicas de Saúde, Centros de Testagem e Aconselhamento – CTA- e Serviço de Assistência Especializado – SAE, mas necessita do exame sorológico para confirmação.
Ano passado no Estado, foram realizadas 108.587 mil pesquisas de antígeno de superfície do vírus da hepatite B (HBSAG). Entre 1º de julho de 2015 a 20 de julho deste ano foram distribuídos 2.474 kits, totalizando 61.850 mil testes rápidos para hepatite B em grande parte dos municípios.
O total de casos novos notificados em 2015 foi de 527 e de 145 casos este ano. Sendo que o maior número de casos novos ocorreu na região de Sinop (113), Rondonópolis (112) e Baixada Cuiabana (97). Este ano, até 15 de julho quando os dados foram extraídos, as regionais com maior número de casos novos foram Rondonópolis (33), Baixada Cuiabana (32) e Sinop (30).
O tratamento é medicamentoso somente em 15 a 20 % dos casos. Na maioria dos casos é necessário acompanhamento clínico ambulatorial nas Unidades de Saúde da Família e no Serviço de Atendimento Especializado-SAE para verificação da cura espontânea.
Hepatite C – Os testes rápidos para triagem da Hepatite C estão disponíveis nas Unidades de Saúde, mas também necessitam de exame sorológico anti-HCV para confirmação. Caso seja positivo, deve ser feito o exame HCV-RNA (PCR Qualitativo).
Esse exame indicará a presença do vírus circulante no organismo bem como o tratamento mais adequado. No Estado, foram realizadas 66.168 mil pesquisas de anticorpos contra vírus da hepatite C (anti-HCV) no ano de 2013; 64.335 mil em 2014 e até março 2015 foram realizados 15.601 mil exames.
Entre 1º de julho do ano passado a 20 de julho deste ano foram distribuídos 2.837 mil kits, totalizando 70.855 mil testes rápidos para hepatite C em grande parte dos municípios.
A incidência de Hepatite C no ano passado foi de 177 e este ano 50 casos. Pessoas infectadas pelo vírus da Hepatite C, necessitam de acompanhamento e tratamento como forma de evitar evolução para cirrose e/ou câncer hepático.
O acompanhamento clínico/laboratorial apontará o comprometimento hepático e o tratamento adequado. Há disponível pelo SUS, novas drogas para tratar Hepatite C: (Sofosbuvir, Simeprevir e Daclastavir) propondo até 90% de cura, com menos efeitos colaterais, por menor tempo para tratamento (12 semanas para a maioria dos casos ou 24 semanas para aqueles mais resistentes).
As unidades de saúde que são referência para tratar pacientes com estes medicamentos em Mato Grosso são: Hospital Universitário Júlio Muller, SAE/Cermac, SAE Cuiabá, SAE Várzea Grande.
Hepatite D – Ano passado um caso de hepatite D foi notificado no Estado, no município de Várzea grande. Este ano até o momento foi notificado um caso, no município de Guarantã do Norte.
Hepatite E – No Estado, não há nenhum caso notificado numa série histórica de 2013 a 2016, para hepatite E.