Não é segredo para os sinopenses – e até mesmo para outros moradores da região Norte que dependem deste município para atendimentos médicos – que o tão sonhado início do funcionamento do Hospital Municipal de Sinop resolverá boa parte dos problemas da área de saúde na quarta maior economia de Mato Grosso. Contudo, engana-se quem acredita que tudo será sanado quando a unidade hospitalar estiver em plena atividade (prevista para o final deste ano). O próprio poder público já reconheceu esta situação, em ocasiões anteriores. Os fatos ajudam a compreender este cenário. Atualmente, a população de Sinop que usufrui da rede pública de saúde sofre com as demoras para consultas, exames, atendimentos. Nos postos, moradores reclamam que o número de médicos mostra-se insuficiente para dar conta da demanda gerada.
Ainda, que em muitos casos, o número de atendimentos não cobre 100% de todo contingente que vai até as unidades espalhadas pelos bairros de Sinop. No Pronto Atendimento, por sua vez, a situação não é diferente. Isto porque há filas de esperas, críticas pela qualidade dos serviços oferecidos. É para este ponto onde são encaminhados os pacientes em regime de emergência (acidentes de trânsito, trabalho, e outros). Todas estas situações contribuem para que a saúde pública em Sinop seja motivo de descontentamento pela população. Quando estiver funcionando, o Hospital Municipal terá condições de ampliar a oferta de atendimento no município. Por outro lado, da mesma forma em que as demais unidades instaladas na cidade, sua capacidade pode saturar num curto período de tempo, passando a gerar os mesmos inconvenientes.
Na maior cidade da região Norte, atualmente com 120 mil habitantes – segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística – há somente um hospital conveniado junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) e que também oferece serviços à população que não dispõe de recursos financeiros. Mesmo assim, nem a própria Fundação de Saúde Comunitária de Sinop (Hospital Santo Antônio), suportaria toda carga gerada na cidade. No ano passado, um hospital da rede particular que também era conveniado junto ao SUS optou por se descredenciar. A decisão foi tomada por diretores e representantes do estabelecimento médico e podem ter sido influenciadas, pelo baixo repasse feito pelo programa federal para assistir as despesas geradas na unidade. Assim, permanecer somente no âmbito particular compensaria mais que ser credenciado pelo Sistema Único de Saúde.
De acordo com a Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, há uma necessidade aproximada de 342 leitos no município, ante uma capacidade instalada de um hospital geral com apenas 65 leitos (operações clínica, cirúrgica, pediatria e obstetrícia) disponibilizados ao Sistema Único de Saúde. Há também 6 espaços na UTI e o repasse anual efetuado pela União e Estado chega a aproximadamente R$ 6 milhões.
O próprio Ministério da Saúde já reconheceu como necessário o estabelecimento de uma unidade hospitalar pública na maior cidade da região Norte.
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