A greve dos médicos nas redes públicas municipais em Cuiabá e Várzea Grande, que está prestes a completas 2 meses, vai continuar. A reunião hoje à tarde, mediada pela desembargadora Clarice Claudino da Silva, novamente terminou sem acordo. Os médicos querem piso salarial de R$ 2 mil mensais. “Cobramos ainda que, a partir do ano que vem, a cada 6 meses, sejam concedidas reposições salariais”, disse o presidente do Sindicato dos Médicos em Mato Grosso, Luiz Alvarenga.
O procurador juírido da prefeitura, Ussiel Tavares, disse que a prefeitura não tem caixa para bancar o aumento que os médicos cobram. A proposta é de piso salarial de R$ 1.500. “É imposível prometer o que não podemos cumprir”, declarou Ussiel. Os médicos não aceitam o valor proposto e o impasse continua.
O diretor do Pronto Socorro da capital, Huark Corrêa, disse que alguns problemas estruturais da unidade foram resolvidos como a destinação de mais equipamentos para serem feitas cirurgias.
A desembargadora Clarice concedeu prazo de 24 horas para que a prefeitura de Cuiabá apresente um plano de contingenciamento do Pronto-Socorro de Cuiabá. Isto envolve entendimentos com a rede conveniada para que pacientes que hoje estão lotando os corredores do PS de Várzea Grande sejam transferidos. Com a greve dos médicos da unidade da Capital, pacientes que seriam atendidos em Cuiabá estão sendo levados para a cidade vizinha, o que vem agravando a situação.
Na avaliação de Clarice, a despeito da complexidade dos fatos em discussão, a negociação resultou positiva e abriu-se uma perspectiva de fim do impasse entre médicos e prefeitura. “Estamos próximos de um desfecho consensual. Considero um avanço essas negociações, pois a questão é ampla e complexa”, exortou a desembargadora, observando, entretanto, que caso a solução não decorra do esforço de conciliação, com os dados obtidos nas manifestações das partes, será possível analisar a capacidade de cada envolvido para julgar o Agravo de Instrumento nº 119046/2009 interposto pelo Ministério Público em desfavor do Município de Cuiabá e Estado de Mato Grosso, e que originou as audiências de conciliação.
Essa foi a segunda audiência de conciliação mediada pela desembargadora Clarice Claudino da Silva. Na primeira, realizada há menos de uma semana, as partes avançaram na construção de uma proposta consensual acerca do principal item da pauta de reivindicações dos médicos, qual seja, a fixação do piso salarial da categoria. Na reunião de hoje, o escopo das discussões foi ampliado e, juntamente com a questão salarial, foram debatidas medidas para melhorar o atendimento aos usuários do serviço.
(Atualizada às 08:21 em 06/11)