A cada 10 minutos uma pessoa morre vítima de infarto no Brasil, o que representa cerca de 83 mil mortes por ano. Mato Grosso está em quinto lugar no ranking brasileiro de mortes por infarto com 5,83 óbitos a cada 100 mil habitantes. Além do infarto, outras doenças cardíacas podem comprometer a qualidade de vida do paciente e até levar à morte. Para aumentar a conscientização sobre os cuidados com a saúde, hoje é comemorado o Dia Mundial do Coração.
O cardiologista José Almir Adena explica que para ter um coração saudável é necessário ter um corpo saudável. “O coração é um órgão muito importante no organismo e ele envelhece como o resto do corpo. Mas é possível que ele envelheça com saúde ou de forma acelerada, isso quem escolhe é o indivíduo”. O médico alerta que um dos sinais mais evidentes do envelhecimento precoce do coração é a aparência do rosto da pessoa. “Quando o rosto está muito envelhecido para a idade, o coração, que é um músculo, também está”.
Entre os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardíacas, 3 são os mais importantes. O primeiro é cigarro, seguido pelo diabetes e depois a pressão alta. Estudos recentes, apresentados no Congresso Europeu de Cardiologia deste ano, mostram que o tabagismo impede que as células que regeneram o coração possam agir. Sedentarismo, colesterol alto e estresse também são fatores que devem ser evitados. Não ouvir as recomendações do cardiologista é uma das características comuns entre os doentes cardíacos.
O aposentado Geraldo Caimar, 77, colhe os frutos de mais de 70 anos de uma vida desregrada onde o cigarro, álcool e má alimentação faziam parte da rotina. Por causa do cigarro ele desenvolveu um enfisema pulmonar que trouxe como consequência uma doença cardíaca rara. “Comecei a fumar com 5 anos na fazenda em que eu morava. Comia muito sal, muita gordura, bebia de tudo. Aos 36 anos sofri a primeira crise, o médico me mandou parar de fumar e de comer açúcar, mas eu não ouvi. Hoje tive que mudar minha vida para não sofrer mais”.
Dores no peito, falta de ar, cansaço em atividades simples e inchaço estão entre os principais sintomas de que o coração não está funcionando bem. Para o aposentado Leonel Martins, 72, que não tem nenhum histórico familiar de doenças cardíacas, foi um susto descobrir há 2 anos que precisava ter mais cuidado com o coração. Mesmo com esses cuidados, na última semana suas pernas e barriga começaram a inchar rapidamente, um sinal de que o coração não estava bombeando sangue suficiente. “O primeiro sintoma que apareceu foi uma falta de ar que me fazia até desmaiar. Dois anos depois tomo meus remédios, mudei a minha alimentação e mesmo assim precisei ser internado novamente e não imaginava que fosse por um problema no coração. Tenho que me cuidar cada vez mais”.