Mato Grosso tem os três primeiros casos confirmados de microcefalia por infecção congênita, possivelmente provocados por zika vírus, e outros 123 pacientes com indícios da doença passam por exames para investigar a origem do problema. Em todo o país, 745 casos foram confirmados e outros 4.231 estão em análise. Os dados são do boletim divulgado pelo Ministério da Saúde com informações coletadas até 5 de março. Nascida em 6 de março, a pequena Alice ainda não consta nas estatísticas oficiais desta semana, mas a família já está na luta para descobrir a origem da doença e precisa de ajuda financeira, fraldas e produtos de higiene para o bebê, que chegou antes da hora prevista.
A mãe de Alice, a jovem Silvia Luzia de Almeida, 24, descobriu que a filha tinha microcefalia no momento do parto. Ela conta que fez o pré-natal e os exames apontavam que a menina não tinha problemas de saúde, o que a deixou tranquila na gestação. Silvia estima ter contraído zika entre o segundo e terceiro mês de gravidez, quando ainda não sabia que esperava Alice. Ao tomar conhecimento da gestação, procurou atendimento médico e foi tranquilizada, pois os exames estavam normais. Para ela, a única preocupação em relação à doença é quanto ao bem estar da filha, que está internada no Hospital Santa Helena, em Cuiabá, para exames e investigação.
Porém, o problema de Alice não é o único problema da família. Silvia e o marido Heverton da Silva Nunes, 23, estão desempregados. Em dezembro, ele recebeu diagnóstico de tumor vascular e aguarda autorização do Sistema Único de Saúde (SUS) para fazer uma cirurgia. Em decorrência da hemorragia provocada pelo tumor, ele precisa fazer transfusão de sangue uma vez por semana e não tem condições de trabalhar. Como Heverton atuava como autônomo, a família não conta com nenhuma renda e vive com os pais dele, que estão arcando com todas as despesas.
Além de Alice, o casal tem Helena, de 1 ano e 10 meses. As duas meninas precisam de fraldas e pomadas para evitar assaduras. Silvia e Heverton tiveram que pegar dinheiro emprestado para arcar com os exames dele e pagar o parto dela. Como a jovem sofreu muito durante o nascimento de Helena e Alice chegou antes do previsto, a família emprestou R$ 2,5 mil para pagar a cesárea.
Ajuda
Quem quiser ajudar a família, pode doar fraldas P e G, pomada contra assadura, lenços umedecidos ou dinheiro (Caixa Econômica Federal, Agência: 1569, Op: 013, Conta: 6728-7). Os materiais podem ser entregues para Franciele (9931-5705).