Das 7 doenças vetoriais classificadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Mato Grosso tem 4 registradas. Dessas, a de maior incidência é a dengue que já matou 2 pessoas este ano e teve mais de 3,2 mil notificações de janeiro a abril. A malária sofreu uma redução de 60% no número de casos em comparação ao ano passado, com 105 pessoas diagnosticadas, sendo que 87 foram contaminados no Estado. Quanto à leishmaniose, 20 casos foram notificados, porém, nenhum confirmado. Já a doença de Chagas, não tem novos casos registrados, apenas pessoas em tratamento. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES/ MT), febre amarela, maculosa e do Nilo Ocidental não são mais transmitidas em Mato Grosso.
Causadas pela transmissão de parasitas de um animal ou pessoa contaminada para outra, as doenças vetoriais são mais frequentes em áreas chuvosas e com baixo índice de saneamento básico. Isto porque alguns mosquitos e insetos têm maior taxa de proliferação em esgotos e regiões sujas e úmidas. Em 2014, o tema do Dia Mundial da Saúde são estas doenças. Segundo a OMS, dengue, doença de Chagas, febre amarela, maculosa, Nilo Ocidental, leishmaniose e malária são consideradas vetoriais.
A primeira é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e a mais comum em Mato Grosso. No ano passado, a quantidade de notificações no Estado passou das 44 mil. Em Cuiabá, foram 3.750 casos, sendo 2 mortes confirmadas. Ao todo, 34 pessoas morreram em decorrência de dengue em Mato Grosso. Sinop (500 km ao norte de Cuiabá) e Campo Novo dos Parecis (396 km a noroeste da Capital) foram as cidades com maior número de mortes registradas, com 4 e 3, respectivamente.
De acordo com a técnica em vigilância epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MT), Valéria Cristina da Silva, a doença não é só uma questão de saúde, mas também um problema social. Ela acrescenta que a prevenção é a melhor alternativa para evitar a dengue no Estado. “É uma questão social porque a população precisa se conscientizar de sua responsabilidade no combate à doença. Individualmente
eu previno a doença, mas ao meu redor a atitude deve ser a mesma. Em um bairro, se uma única casa for um foco do mosquito, todas as outras estão expostas também”.
Já em relação à malária, os cuidados devem ser outros. Por não ser uma doença registrada no perímetro urbano, ela é causada pela ação do homem nas regiões de mata e floresta. A técnica explica que nestas
localidades, há diversos agentes transmissores de doenças. Porém, eles não migram para as cidades, pois não têm condições de sobreviver. Para conseguir contaminar uma pessoa, é preciso que esta tenha se aproximado do vetor.
“Se eu invado uma área de mata sem qualquer tipo de proteção, estou totalmente exposto. As bactérias e vetores não vêm para as cidades. É o homem que vai até eles. Em Mato Grosso, temos muitas regiões de garimpo, onde as pessoas estão mais suscetíveis a picadas de mosquitos”.
De janeiro a abril deste ano, a SES/MT registrou 105 notificações positivas da doença. No mesmo período do ano passado, o número chegou a 265. No registro da doença há uma diferenciação entre pessoas diagnosticadas e tratadas no Estado e outras que foram contaminadas em Mato Grosso. Do total das 105 notificações, cerca de 82% são de pessoas que entraram em contato com o mosquito no Estado.