A Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio da Coordenadoria Estadual de Transplantes (CONTRAN), vai intensificar durante todo o mês de setembro suas ações de sensibilização da população para a doação de órgãos e tecidos. Com essa ação o Estado espera aumentar significativamente o número de doadores diminuindo assim as listas de espera para transplantes de rins, córnea, enxerto ósseo e medula óssea em Mato Grosso.
A Saúde do Estado, em consideração ao Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos (27 setembro), prepara uma extensa programação entre os dias 10 e 30 de setembro, em diversos pontos estratégicos da capital e do município de Várzea Grande, que abrigam um grande número de pessoas com distribuição de materiais educativos e panfletos informativos. “Preparamos uma programação que irá atingir os quatro cantos das cidades. A nossa intenção é cada vez mais divulgar, informar e sensibilizar a sociedade e os profissionais de saúde sobre o processo de doação de órgãos e tecidos. Precisamos de uma sociedade consciente da importância da doação”, comentou a coordenadora Estadual de Transplantes, Fátima Mello.
As atividades da Campanha terão início no Pronto Socorro Municipal de Cuiabá. Dia 27 de setembro, haverá várias atividades de conscientização e sensibilização.
Hoje Mato Grosso conta com a realização de transplante renal, córnea e enxerto ósseo e recentemente recebeu o credenciamento do Ministério da Saúde para a realização de transplantes de Medula Óssea no Hospital Geral Universitário.
De acordo com dados repassados pela Central Estadual de Transplantes, em 2008 já foram realizados 121 transplantes de córnea e estão na lista de espera 207 pacientes. Para enxerto ósseo, foi realizado 01 transplante, tendo na lista de espera 25 pessoas. Para transplantes de rins foram realizados 04 vivos e 02 cadáveres, esperando por doadores cerca de 609 pessoas. Para transplantes de córneas foram realizados 121, sendo que aguardam na lista de espera 207 pessoas. “Podemos perceber certa sensibilização da sociedade para a importância da doação de órgãos, porém os resultados são a longo prazo. Por isso a necessidades dessas campanhas para chamarmos a atenção da sociedade para essa importante causa, que é a de salvar vidas”, ressaltou Fátima.
São dois tipos de doadores existentes, o doador vivo e o doador cadáver. O vivo pode ser qualquer pessoa saudável que concorde com a doação. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. Pela Lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Não-parentes somente com autorização judicial.
Doadores cadáveres são pacientes com morte encefálica havendo uma preservação das funções cardiopulmonares e geralmente vítimas de traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral). O diagnóstico de morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina, que exige exame clínico e confirmatório de imagem que comprove a morte encefálica. O exame clínico é realizado por um médico intensivista e por um médico neurologista com intervalo de seis horas entre eles. A doação é permitida somente com o consentimento da família.
A retirada dos órgãos é realizada em Centro Cirúrgico, após os exames que comprovam a morte encefálica e a autorização familiar, por equipes devidamente credenciadas junto ao Sistema Nacional de Transplantes (SNT) bem como do Ministério da Saúde. O Estado esclarece que os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de transplantes e estão aguardando na Lista Única controlada pela Central de Transplantes, Sistema Nacional e Ministério Público.