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Mato Grosso precisa de 322 médicos, aponta levantamento

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Para o Programa de Saúde da Família (PSF) atingir 100% de cobertura em Mato Grosso o poder público precisaria contratar 322 novos médicos. Este é o número de equipes que seriam necessárias para proporcionar atendimento a toda população, inclusive aquelas que possuem planos privados de saúde. Segundo gestores, técnicos de saúde e profissionais, a universalização do serviço da atenção básica no Estado seria um grande desafio, pois mesmo entre os 569 PSFs em funcionamento existe a alta rotatividade e falta de médicos.

Em julho, a secretária de saúde de Cáceres (225 km a oeste da Capital) Carla Pina estava com 10 vagas abertas para médicos. A dezena de equipes do PSF em funcionamento estava com uma grande defasagem e por causa disso o subsídio mensal encaminhado pelo Ministério da Saúde foi suspenso. Por 2 meses a atenção básica da cidade estava com as equipes de enfermeiro, técnico de enfermagem e agentes comunitários órfãs de médicos. “Nós não sabemos se eles não querem ficar em um emprego de 40 horas sem poder ter vínculos com outros ou por causa da cidade”, diz.

Hoje, com 6 equipes completas novamente, Carla espera a chegada do médico espanhol selecionado pelo programa “Mais Médicos”. Com 3 vagas ainda em aberto, a Prefeitura estuda a realização de um concurso público de 20 vagas para garantir o funcionamento das equipes já criadas e a abertura de novas.

Para cobrir 100% a população do município, seriam necessários 35 PSFs. Atualmente, Cáceres paga R$ 7,5 mil por médico do serviço e todos são contratados. Segundo Secretaria de Estado da Saúde (SES) o problema é recorrente. Dezenove cidades possuem a cobertura do serviço abaixo de 60%, situação encontrada nos 2 maiores municípios do Estado .

Em Cuiabá, apenas 39,4% da população é coberta pelas equipes e em Várzea Grande a situação é ainda pior, com apenas 17,7% de abrangência. O déficit é atrelado principalmente à ausência de médicos que se disponibilizem a atuar no serviço. A coordenadora de atenção primária da SES, Gilce Gattas explica que a formação das equipes é um dos passos necessários para que o governo federal aprove os projetos.

Mesmo após a contratação, a coordenadora afirma que o problema envolvendo o recurso humano persiste provocando a rotatividade, instabilidade do programa e ameaçando a manutenção do serviço. “A gente ainda não tem conse- guido fixar os profissionais”, diz Gilce lembrando que o programa “Mais Médicos” empreendido no momento pelo governo federal visa sanar estes problemas. A coordena- dora da SES explica que a diversidade do perfil das cidades e dos salários nem sempre atraem os médicos. A prevenção de agravos de doenças a partir do atendimento na atenção básica é o principal benefício previsto para a população. Gilce diz que existem parâmetros que podem avaliar quando o serviço de atenção básica não funciona plenamente. A demanda reprimida por internações e procedimentos de média e alta complexidade é um reflexo da falta de eficácia da rede básica de saúde.

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