O seminário de “Planejamento das Ações em Hanseníase e Tuberculose”, promovido pela Secretaria de Estado de Saúde (Ses) e a Associação Alemã de Assistência aos Hansenianos e Tuberculosos (Dahw) teve a finalidade de avaliar e planejar as ações de controle das duas doenças nos 36 municípios prioritários de Mato Grosso. O evento que ocorreu entre os 21 á 24 de março antecedeu as atividades do Dia Mundial de Combate à Tuberculose, comemorado em 24 de março.
De acordo com a consultora da Tuberculose (TB) do Ministério da Saúde (MS), Marilda Santos Spinelli, o seminário alcançou o seu objetivo uma vez em que foi discutida a padronização, seguindo orientação do Ministério, das formas de planejamento das ações nos municípios prioritários para o controle dos agravos, levando-se em consideração a realidade de cada um. A padronização diz respeito ao plano de ação com informações continuadas até a finalização do tratamento do paciente, formas de abordagem, novos métodos de trabalho, preenchimento das fichas dos pacientes com mais detalhamento da evolução do quadro clínico e reações, promoção de campanhas e capacitações. “Com esta padronização será mais fácil supervisionar e monitorar as ações de controle da hanseníase e tuberculose visando a rápida identificação e cura dos casos de infecção e, consequentemente, a redução dos índices das duas doenças no Estado”, disse ela.
Em Mato Grosso, foram detectados 3.556 casos novos de hanseníase no ano passado. Atualmente, o índice de cura é de 83% no Estado. Conforme a técnica da área de Coordenação de Ações Programáticas e Estratégicas da Ses, Eliane Esperandio,o tratamento contra a hansen é de seis meses para os casos considerados não-transmissíveis e, de um ano, para os transmissíveis. Já em relação a tuberculose são 1.006 novos casos em Mato Grosso. Segundo a técnica da área da TB da Saúde, Simone Escudero Gutierrez, o tratamento da doença dura seis meses e, feito corretamente, tem uma expectativa de 100% de cura. Quando se trata de TB resistente o tratamento leva 18 meses.
Simone Gutierrez lembrou que a mobilização do Dia Mundial de Combate à Tuberculose, que acontece nesta quinta e sexta-feira, visa esclarecer e chamar a atenção da sociedade mato-grossense sobre as formas de controle e tratamento da doença. “A doença é curável através de tratamento com remédios fornecidos gratuitamente nos postos de saúde da Rede SUS. É muito importante que o paciente com tuberculose não interrompa seu tratamento, para evitar o surgimento de micróbios resistentes aos remédios e também para se evitar a transmissão para outras pessoas. alertou. A Tuberculose é uma doença grave, transmitida pelo ar, que pode atingir todos os órgãos do corpo, em especial nos pulmões. O microorganismo causador da doença é o bacilo de Koch, cientificamente chamado Mycobacterium tuberculosis.
PROGRAMAÇÃO – As atividades do Dia Mundial de Combate à Tuberculose, comemorado no dia 24 de março, começam nesta quinta-feira (23.03), a partir das 8 horas, no auditório da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), na avenida do CPA. Segundo Simone Gutierrez, durante todo o dia, será realizada uma mesa redonda com profissionais da área de Cuiabá e Várzea Grande. O objetivo é discutir a redução do abandono do tratamento da doença uma vez que as duas cidades, até por serem populacionalmente maiores, respondem pelo maior número de casos de abandono, que em Mato Grosso é de 9,7%.
No dia 24 de março, no Ganha Tempo, que fica na Praça Ipiranga, na Capital, das 8 às 12 horas, haverá o encerramento das atividades da Semana Mundial de Combate à Tuberculose. Serão realizadas apresentações de dança de siriri pelo grupo de idosos da Policlínica do Planalto, teatro de bonecos do Escritório Regional da Saúde da Baixada Cuiabana e de dupla sertaneja.
A mobilização prossegue na Praça Áurea Brás, no bairro Cristo Rei, em Várzea Grande, onde as atividades serão desenvolvidas das 15 às 18 horas, com apresentação do coral do bairro São Matheus, peças teatrais alusivas ao tema “Tuberculose tem Cura”, exposição de banners, cartazes e distribuição de materiais educativos impressos. A mobilização é resultado da parceria entre as secretarias de Estado de Saúde, Municipais de Saúde de Cuiabá e Várzea Grande, igrejas, Sesi, Dahw e grupos da sociedade civil organizada.