A Secretaria de Estado de Saúde conseguiu junto ao Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão auxiliar do Ministério da Saúde, a ampliação temporária da cota mensal de exames de histocompatibilidade para Mato Grosso. O exame permite identificar as características genéticas para a compatibilidade entre doador e paciente e é necessário para efetivar o cadastro do doador no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).
No mês de dezembro, a cota foi ampliada de 800 para 1.600 exames mensais e a partir do mês de fevereiro aumentou para 2.000 exames ao mês que ficarão disponíveis para o estado até o mês de abril.
A ampliação tem como objetivo atualizar o banco de dados com as fichas cadastrais preenchidas durante uma campanha realizada no final do ano 2015, nos municípios de Rondonópolis e Cuiabá.
Ao todo, 7.083 candidatos a doadores voluntários de medula óssea participaram e preencheram a ficha de cadastro durante as campanhas. Deste total, cerca de 6.500 cadastros já foram efetuados junto ao Inca. As demais fichas serão inseridas no banco de dados no decorrer do mês de março, conforme liberação da cota mensal dos exames de histocompatibilidade.
De acordo com a diretoria do MT Hemocentro, um dos fatores limitantes no cadastro do doador voluntário no Redome é a qualidade das informações preenchidas nas fichas. “A equipe técnica do MT Hemocentro esta fazendo um trabalho minucioso de revisão das fichas para que os dados dos doadores sejam inseridos corretamente para garantir a qualidade das informações”, destaca a diretora Elianne Curvo.
Ela explica ainda que é importante ter um número ampliado no cadastro de doadores preferencialmente com representatividade de diversas regiões do estado, assegurando assim uma variabilidade genética. “Essa variedade de perfis genéticos que representem os grupos étnicos da população aumenta a possibilidade de atender a um maior numero de candidatos ao transplante”.
A fidelização dos doadores voluntários de medula óssea também é fundamental para qualificar a busca por pessoas compatíveis no Redome. Por isso, é necessário que os doadores mantenham todos os seus dados informados e atualizado, principalmente endereços e telefones.
Atualmente em Mato Grosso, cerca de 50 mil pessoas estão cadastradas no banco de dados do Redome. Somente no ano de 2015 foram realizados 6.943 cadastrados de doadores voluntários de medula óssea. Cerca de 50 novos cadastros são realizados por semana no MT Hemocentro.
Segundo dados do Inca, em 2015 oito pessoas foram cadastradas no Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea pelo estado, para a espera de transplante. Em 2014 o número registrado foi de cinco pacientes. Referente a 2016 nenhum paciente de Mato Grosso foi cadastrado até o momento.
Para ser doador de medula óssea é necessário estar em bom estado de saúde, ter entre 18 e 55 anos de idade e não ter doença infecciosa ou incapacitante. Além disso, é preciso preencher corretamente a ficha de inscrição e manter o cadastro atualizado. Uma vez no cadastro, mantendo os dados sempre atualizados, o doador poderá ser chamado até os 60 anos de idade, caso seja identificado como compatível com algum paciente.
Qualquer cidadão interessado em ser doador de medula óssea pode procurar o MT Hemocentro, situado na rua 13 de Junho, nº 1005, bairro Porto, em Cuiabá. O horário de atendimento é de segunda a sábado, das 7h às 18h45.
Com cerca de 3,8 milhões de doadores cadastrados, o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea é o terceiro maior banco de doadores do mundo e pertence ao Ministério da Saúde, sendo o maior banco com financiamento exclusivamente público. O Centro de Transplantes de Medula Óssea é responsável pela coordenação técnica e a Fundação do Câncer pela operação do Redome, conforme Portaria nº 2.600/2009, do Ministério da Saúde.
Para regular, garantir e viabilizar a manutenção do número de doadores no Redome, o Ministério da Saúde estabeleceu normas e diretrizes por meio de portarias. A determinação visa assegurar a oportunidade de identificação de doadores histocompatíveis.
Uma das medidas adotadas foi a implantação de cotas anuais para cadastro de doadores. De acordo com a portaria 2.132, o número de doadores de medula óssea foi limitado por estado e por ano, para qualificar a busca por pessoas compatíveis e, como consequência reduzir custos de operação. Pela portaria, a cada ano Mato Grosso pode cadastrar 10.651 doadores voluntários.
Além disso, as campanhas para o cadastro de potenciais doadores de medula óssea deverão ser previamente autorizadas pela Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes, conforme determina a portaria 2.600, que regulamenta o Sistema Nacional de Transplante.