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Grupo defende uso do eletrochoque pelo SUS em pacientes com depressão severa

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Familiares de pacientes com depressão severa estão em campanha pela implantação na saúde pública de Mato Grosso do extinto e polêmico eletrochoque. Não mais no modelo antigo, amplamente denunciado por profissionais da área e em filmes, como “Um estranho no ninho”, em que o personagem principal, interpretado pelo ator Jack Nicholson, morre após violenta sessão de eletrochoque. O que defendem, com aval da Sociedade Mato-grossense de Psiquiatria, é a compra do Equipamento de Eletroconvulsoterapia (ECT).

O ECT faz os disparos controlados por alta tecnologia, em sala especial, com acompanhamento médico, mediante anestesia e, portanto, sem dor. O equipamento custa R$ 120 mil, mas pode favorecer algo em torno de 400 pessoas em sofrimento emocional, inclusive em risco de desistir da vida.

Um dos líderes da campanha é o consultor de empresas José Carlos Dorte. Ele é pai de uma paciente de 28 anos. Há seis anos, a depressão transformou a vida dela em um rio de lágrimas e foi se agravando. Neste período, ela teve vários surtos, largou a faculdade, se fecha no quarto quase sempre para chorar, perdeu amigos, teve ideação suicida e, para piorar, os medicamentos não fazem mais o efeito esperado. Diante dos olhos da família, que se sente impotente e triste também, ela foi piorando, cada dia mais, de um jeito assustador. “Tentamos de tudo, medicamentos, terapia, até que em janeiro do ano passado surtou seriamente e descobrimos o ECT. A melhora foi imediata, já nas primeiras sessões”, afirma pai dela.

Desde então, Dorte, como tem condições financeiras, leva a filha a São Paulo para sessões com o ECT. Paga R$ 800 por sessão. Somando os custos com as viagens, ele afirma que o tratamento é caro e não seria acessível a todos.

Na saúde pública, somente São Paulo e Brasília, segundo ele, têm a máquina. Mesmo assim, isso exigiria entrar na fila de espera e também fazer viagens caras. Para ele, é preciso quebrar o tabu do antigo eletrochoque e abrir as portas de Mato Grosso para o atual método, que não traz nenhum prejuízo ao cérebro. “Até grávidas, impedidas de tomar medicamentos, podem fazer a eletroconvulsoterapia”, afirma. O ECT é recomendado também a psicóticos e epilépticos.

Psiquiatra Carlos Renato de Lima Periotto, presidente da Sociedade Mato-grossense de Psiquiatria, endossa que não há na literatura médica nenhuma contraindicação ao ECT. “Pode ser usado após tentativas com medicamentos e terapia ou, em alguns casos, até como primeira opção”. Segundo ele, deixar o cérebro deprimido por muito tempo é que é preocupante.

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