Mais de 60% dos brasileiros consideram os serviços públicos de Saúde péssimo ou ruim, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria e do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (CNI-Ibope). Também, 85% dos entrevistados não verificaram avanços nos últimos três anos. Para a Confederação Nacional de Municípios (CNM), os resultados indicam que a Saúde continua mal avaliada pelos usuários.
Participaram da pesquisa, mais de 2 mil entrevistados, em 141 municípios, com idade superior a 16 anos. De acordo com os resultados, por região, a melhor avaliação foi no Sul, em que 30% dos residentes avaliaram a Saúde como ótima ou boa. E a pior foi no Nordeste, onde 62% da população local consideraram o Sistema Único de Saúde (SUS) ruim ou péssimo.
Além disso, a pesquisa constata que um entre quatro cidadãos possui plano de Saúde. No entanto, 70% da população busca atendimento no sistema público de Saúde.
Entre as informações obtidas, o trabalho pontuou os principais problemas indicadas pelos entrevistados. Entre eles: a dificuldade em conseguir atendimento, a falta de estrutura das unidades públicas e a falta de médicos. Esta última dificuldade mencionada – quantitativo de médicos distribuídos pelo Brasil – já foi mostrada por levantamento da CNM, e está em discussão no Palácio do Planalto. Tanto que a presidente da República, Dilma Rousseff, alertou os Ministérios da Saúde e da Educação sobre a necessidade de traçar estratégias urgentes para aumentar a quantidade de médicos no país.
O levantamento da Confederação sobre a carência de médicos, e a má distribuição deles, mostra que este é um dos principais fatores que dificulta a implantação e manutenção de programas básicos como o Saúde da Família nos Municípios. Isso porque a remuneração desses profissionais varia bastante de uma região para outra. Dados do Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde do Rio de Janeiro (Iabas), divulgados em novembro de 2011, dão um exemplo da situação. Médicos que trabalham nas Clínicas da Família por vencimentos de até R$ 15 mil.
Por conhecer a realidade dos Municípios, a CNM avalia que é difícil para a gestão municipal manter salários tão elevados, além de ser inconstitucional o pagamento de vencimentos para quaisquer categorias profissionais acima do subsídio do Chefe do Executivo, no caso em questão, o prefeito. Outra dificuldade na fixação desses profissionais são as distâncias entre os Municípios pequenos e as capitais, isso dificulta a presença do profissional de medicina nas comunidades os locais. Além desse, diversos outros pontos devem ser revistos dentro do SUS para que a população tenha atendimento de qualidade.