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Governo do Estado se estrutura para o combate às hepatites virais

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O Estado de Mato Grosso esta se preparando para o enfrentamento efetivo das hepatites virais. Durante o ano de 2005 essa preparação incluiu a realização de capacitação dos profissionais da Secretaria de Estado de Saúde (Ses), médicos, técnicos de saúde e técnicos laboratoriais, para a correta identificação e tratamento da doença. As sorologias para o diagnóstico das hepatites virais também passaram a ser oferecidas para as pessoas que procuram os CTAs (Centros de Testagem e Aconselhamento) a partir de outubro de 2005.

O diretor geral do MT Laboratório, João Batista C. Villa, informou que está em fase de licitação a compra de kits para realização de exames PCR, sigla em inglês para um tipo de exame que detecta, de forma rápida e precisa, se a pessoa está ou não infectada pelo vírus da hepatite C e em que grau. No mesmo processo de licitação foi incluída, também, a compra de kits para aplicação de exame de Genotipagem, que diagnostica qual o vírus presente, ajudando o médico no processo de medicação. “Todo esse suprimento deve chegar ao MT Laboratório entre o final de março e começo de maio, o mais tardar”, previu João Villa.

O MT Laboratório realiza rotineiramente os exames para a hepatite A e B. O material sanguíneo tirado de pessoas de quem se suspeita estarem infectadas com a hepatite tipo C passa por exames de triagem após o que é encaminhado para os exames de PCR e Genotipagem.

Um estudo realizado pelo médico-referência da Secretaria de Estado de Saúde, Francisco José Dutra Souto, revelou que as hepatites virais, em suas formas mais comuns (B e C) ocorrem com maior freqüência no interior do Estado. “Em Cuiabá, por exemplo”, explicou Francisco Souto, “as notificações de casos variam de 0,6% para a hepatite tipo B, a 1% para a hepatite C. Já no interior do Estado (a pesquisa foi realizada nos municípios de Nova Mutum, Terra Nova do Norte, Peixoto de Azevedo, Juruena, Apiacás e Cotriguaçú) esses percentuais subiram para 3,9 a 10,4% para o tipo B de hepatite e 2,4% para a hepatite tipo C”.

Doença com variações de manifestações, nos tipos A, B, C, D e E, “as hepatites chegaram a gerar 1.976 notificações em Mato Grosso durante o ano de 2005, segundo números do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)”, informou a coordenadora do Comitê Estadual de Hepatites, Sandra Moreira Monteiro . “Uma demonstração da complexidade da vigilância dessa doença é que 50% desse total de notificações ainda não teve o tipo de hepatite identificado”, completou.

A hepatite é uma inflamação do fígado e pode ser causada por vírus ou por alguma reação do corpo a substancias como álcool ou remédios. Somente as hepatites virais, isto é, do tipo A, B, C, D e E são transmitidas de uma pessoa para outra.

SINTOMAS – Os primeiros sintomas da hepatite lembram os de uma gripe forte. A pessoa se sente cansada, meio tonta, com vontade de vomitar. Algumas pessoas têm febre. Dor na região do fígado também é outro sintoma comum. O corpo pode ficar amarelado, principalmente os olhos, a urina escura e as fezes brancas. Mas nem sempre aparece qualquer sintoma da doença.

Muitas pessoas pegam o vírus da hepatite B ou C e demoram anos para perceber que estão com algum problema. Só com exames de sangue detalhados é possível saber se a pessoa está ou não com hepatite. Por isso, ao perceber qualquer um desses sintomas, procure logo um Posto de Saúde.

A hepatite A não costuma trazer maiores complicações para o organismo, mas deixa a pessoa fraca e indisposta. Os primeiros sintomas aparecem mais ou menos 30 dias após a pessoa contrair o vírus.

A hepatite B pode levar anos até revelar o primeiro sintoma. Muitas vezes a cura se dá com o tempo, sem tratamento. Mas em algumas pessoas a doença fica escondida e causa sérios problemas no fígado, até mesmo câncer. Nesse caso a pessoa pode infectar outra sem perceber.

A hepatite C é parecida com a hepatite B. A diferença entre as duas é que a cura da C é muito mais complicada. Por isso deve-se procurar um médico o mais rápido possível assim que forem percebidos sintomas.

A hepatite D, também chamada hepatite Delta, só acontece na região de floresta amazônica. Só pega hepatite D quem já tem hepatite B. Ela é muito grave.

A hepatite E é muito parecida com a hepatite A. Também não traz maiores complicações para o corpo humano, mas deixa a pessoa fraca e indisposta. Costuma ser mais grave em gestantes.
Mães com hepatites podem contaminar bebês ainda no ventre.

PREVENÇÃO – A única forma de hepatite que é prevenível por meio de vacina é a do tipo B. A vacina é administrada gratuitamente para menores de 20 anos ou pessoas com maior risco de contrair a doença como os profissionais de saúde, profissionais do sexo, usuários de drogas injetáveis, hemofílicos, pacientes que fazem hemodiálise e portadores de hepatite do tipo C.

Para os tipos A e E da hepatite o melhor meio de prevenção são os cuidados com a higiene. É preciso que se tenha cuidado especial com a água potável e o esgoto. As mãos devem sempre ser lavadas com água e sabão antes das refeições e após se usar o banheiro. Frutas e legumes também devem ser bem lavados, principalmente se forem consumidos crus. A água para beber dever sempre ser fervida ou filtrada.

As hepatites B, C e D podem ser transmitidas pelo sangue. Por isso não compartilhe agulhas e seringas ao usar drogas injetáveis. Exija material esterilizado ou descartável em serviços de saúde, nos salões de beleza, em lojas de tatuagem ou de colocação de piercings. Use sempre preservativo nas relações sexuais. Os portadores do vírus da hepatite C não devem doar sangue, órgãos ou sêmen nem compartilhar lâminas de barbear, escovas de dente ou seringas.

A pessoa que tiver recebido transfusão de sangue, fatores sanguíneos, tiver feito transplante de coração, fígado, rim, pulmão ou algum outro órgão sólido antes de 1993 deve fazer um teste de detecção da hepatite tipo C. Quem usou droga injetável ou inalável, mesmo que só uma vez na vida, filhos de mães portadoras de hepatite C e indivíduos portadores de HIV/Aids.

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