A Secretaria de Saúde do Estado de Mato Grosso (SES/MT), na preocupação pelo enfrentamento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), alerta a população para os cuidados com a doença e divulga informações sobre formas de transmissão e divulga como a população pode esse prevenir contra esse agravo.
A Aids é uma doença que se manifesta após a infecção do organismo humano pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, mais conhecido como HIV sigla que, em inglês, corresponde a Human Immunodeficiency Vírus. O Vírus da Imunodeficiência Humana pertence à classe dos retrovírus e é o causador da Aids.
"Ao entrar no organismo humano, esse vírus pode ficar silencioso e incubado por muitos anos. Esta fase denomina-se assintomática e relaciona-se ao quadro em que uma pessoa infectada não apresenta nenhum sintoma ou sinal da doença. O HIV age no interior das células do sistema imunológico, responsável pela defesa do corpo. Ao entrar na célula, o vírus passa a fazer parte de seu código genético. As células do sistema imunológico mais atingidas pelo vírus são os linfócitos CD4+, usados pelo HIV para fazer cópias de si mesmo", explicou a técnica do Programa Estadual de DST/AIDS e Hepatites Virais, Claudia Braga.
Segundo a técnica, ter o HIV não é a mesma coisa que ter a Aids. "Ter o HIV significa que, no sangue, foram detectados anticorpos contra o vírus. Há muitas pessoas soropositivas que vivem durante anos sem desenvolver a doença. No entanto, podem transmitir aos outros o vírus que trazem consigo.
SINTOMAS – A Aids não se manifesta da mesma forma em todas as pessoas. Entretanto, os sintomas iniciais são geralmente semelhantes e, além disso, comuns a várias outras doenças, o que destaca a importância de procurar um médico caso apresente algum dos sintomas. São: febre persistente, calafrios, diarreia, dor de cabeça, dor de garganta, dores musculares, manchas na pele, gânglios ou ínguas embaixo do braço, no pescoço ou na virilha e que podem levar muito tempo para desaparecer.
"As células do sistema imunológico de uma pessoa infectada pelo vírus começam a funcionar com menos eficiência e, com o tempo, a habilidade do organismo em combater doenças comuns diminui, deixando a pessoa sujeita ao aparecimento de vários tipos de doenças e infecções. Com a progressão da doença e com o comprometimento do sistema imunológico do indivíduo, começam a surgir doenças oportunistas, tais como: tuberculose, pneumonia, alguns tipos de câncer, candidíase e infecções do sistema nervoso (toxoplasmose e as meningites, por exemplo)", disse Claudia Braga.
TRANSMISSÃO – O HIV pode ser transmitido pelo sangue, sêmen, secreção vaginal e pelo leite materno. Assim pega o HIV: sexo vaginal sem camisinha, sexo anal sem camisinha, sexo oral sem camisinha, uso da mesma seringa ou agulha por mais de uma pessoa, transfusão de sangue contaminado. A mãe infectada pode passar o HIV para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação ou pelo uso de instrumentos que furam ou cortam, não esterilizados. Assim não pega: sexo, desde que se use corretamente a camisinha, masturbação a dois, beijo no rosto ou na boca, suor e lágrima, picada de inseto, aperto de mão ou abraço, uso de talheres copos já usados por alguém com Aids, sentar no mesmo assento de ônibus ou compartilhar piscina e/ou banheiros. Não se pega Aids pelo ar, na doação de sangue, com o uso do mesmo sabonete, da mesma toalha ou dos mesmos lençóis.
TRATAMENTO – Atualmente a Aids é considerada uma doença crônica. Isto significa que uma pessoa infectada pelo HIV pode viver com o vírus, por um longo período, sem apresentar nenhum sintoma ou sinal. Isso tem sido possível graças aos avanços tecnológicos e às pesquisas, que propiciam o desenvolvimento de medicamentos cada vez mais eficazes. Deve-se, também, à experiência obtida ao longo dos anos por profissionais de saúde.
A partir de 1996, com a distribuição universal dos medicamentos antiretrovirais, ou seja, a distribuição gratuita para todos os indivíduos que necessitam do tratamento de Aids. Todos estes fatores possibilitam aos portadores do vírus ter uma sobrevida cada vez maior e de melhor qualidade.
Desde o surgimento da Aids o constante desenvolvimento de novos medicamentos vem prolongando significativamente a vida dos portadores do HIV ao dificultar a multiplicação do vírus. Os medicamentos adiam o início dos sintomas da doença, diminuindo o ritmo da redução das células de proteção do sistema imunológico. Mas, ainda assim, não conseguem eliminar o HIV do organismo. "Segundo dados do Sistema de Controle e Logística de Medicamentos (SICLOM) em Mato Grosso, até outubro de 2010, 4.008 pacientes estavam cadastrados para obter medicamentos fornecidos pelo Ministério da Saúde para tratamento de Aids na rede pública", lembrou Claudia Braga.
PREVENÇÃO – As ações de prevenção têm origem na análise de tendências das epidemias das Doenças Sexualmente Transmissíveis e da Aids (DST/AIDS) e na identificação das populações mais vulneráveis. As ações de prevenção estão baseadas nos seguintes parâmetros: o uso seguro da camisinha é o meio mais eficaz de se prevenir contra o HIV/AIDS e contra outras doenças sexualmente transmissíveis.
Diversos estudos confirmam a eficiência do preservativo na prevenção do HIV e de outras doenças sexualmente transmissíveis. Por exemplo: um estudo realizado recentemente na Universidade de Wisconsin (EUA) demonstrou que o uso correto e sistemático de preservativos em todas as relações sexuais apresenta uma eficácia estimada de 90 a 95% na prevenção da transmissão do HIV.
Toda gestante deve ser orientada a fazer o teste do vírus do HIV e, em caso de resultado positivo, ser orientada sobre os seus direitos sobre a importância de receber os cuidados recomendados pelo Ministério da Saúde, antes, durante e após o parto, para controlar a doença e prevenir a transmissão do HIV para o seu filho. Se forem tomados todos os cuidados devidos, esse risco pode ser reduzido em até 97%, segundo o Ministério da Saúde.
As gestantes soropositivas, além de terem seu direito garantido por lei, podem ter uma gravidez tranquila, segura e com risco muito baixo de que seu bebê nasça infectada pelo HIV caso faça o correto acompanhamento médico e siga todas as recomendações e medidas preventivas.
A transmissão do HIV também pode acontecer durante a amamentação, através do leite materno. Portanto, o leite da mãe deve ser substituído por leite artificial ou leite humano processado em bancos de leite que fazem aconselhamento e triagem das doadoras.
Todo cidadão tem direito ao acesso gratuito aos antiretrovirais. A boa adesão ao tratamento é condição indispensável para o controle da doença, com efeitos positivos diretos na qualidade de vida da pessoa com HIV/Aids.