O governo do Estado anunciou medidas urgentes no setor da saúde, para garantia do abastecimento da Farmácia de Alto Custo. A crise na área, com falta sistemática de medicamentos, divulgada por A Gazeta, provocou providências imediatas no Palácio Paiaguás. Governador Silval Barbosa (PMDB) determinou “reação” da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MT), em resposta ao caos do sistema. Secretário chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf, reconheceu dificuldades no setor, mas confirmou a meta do Estado de restabelecimento emergencial das prateleiras vazias. “Existe uma situação que vem sendo trabalhada, mas a população não pode sofrer os prejuízos. Os contratos e todos os procedimentos estão sendo revistos de forma urgente para garantia do acesso aos medicamentos pela população”.
Silval Barbosa teria demonstrado insatisfação com as notícias de paralisação no setor, como verificado pela reportagem junto a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Mesmo ciente dos ajustes promovidos na máquina pública, com limitação orçamentária, mandou recado para o secretário de Estado de Saúde, Mauri Rodrigues de Lima. Avisou que a Constituição precisa ser cumprida na íntegra, ou seja, que “todos os cidadãos têm direito ao acesso à saúde”, em tempo, os medicamentos.
Na SES, as justificativas para a crise se referem à nova dinâmica para atuar junto aos fornecedores. As medidas provocaram reformulação de contratos que, segundo a pasta, estariam em andamento. O que não se explica é a quebra dos períodos de repasses de medicamentos, que podem provocar danos irreparáveis à população de baixa renda.
Pedro Nadaf se reuniu com o governador, na manhã de quarta-feira (15), quando o assunto foi analisado. Na sequência, se dirigiu à SES, para longa reunião com Rodrigues. Recebeu relatórios explicitando diagnóstico completo sobre a área, as barreiras orçamentárias e metas de ações. Nadaf lembrou que os problemas no setor são recorrentes, e que a atual gestão estaria tentando solucionar impasse para impulsionar melhorias. Mas sinalizou para revisão de falhas graves, como o agravamento do setor em relação ao atendimento aos usuários da Farmácia de Alto Custo.
“Existe uma posição do governo que é de corrigir algumas distorções, inclusive sobre procedimentos internos. Mas a questão da falta de medicamentos é pontual, não pode chegar a esse grau e será resolvida. Existe boa vontade na área da saúde e dos gestores. Às vezes, falta equilíbrio entre as ações, é preciso organizar”.
Governador Silval Barbosa receberia informa-ções ainda na noite de ontem (15) sobre a “solução” apresentada pelo secretário Mauri Rodrigues de Lima, para resolver a crise no setor. Também teria orientado o secretário Pedro Nadaf a acompanhar nos próximos dias o desenrolar do quadro. Não estão descartadas outras medidas, como revisão geral na pasta, ou instalação de auditoria.
O agravamento da situação da Farmácia de Alto Custo foi denunciado em reportagem de A Gazeta, publicada na edição desta quarta-feira (15). Pacientes e até mesmo servidores lotados no local afirmaram que os problemas estão atrapalhando tratamentos de pacientes crônicos, que não conseguem comprar os remé- dios, geralmente caros, nas farmácias particulares, além de agravar doenças.