Mato Grosso já tem 129 casos suspeitos de microcefalia registrados em 14 municípios. Seis novos casos foram notificados, de acordo com o monitoramento realizado pelo Centro de Informação Estratégica e Vigilância em Saúde (CIEVS) da Secretaria de Estado de Saúde (SES), entre os dias 30 de dezembro de 2015 e 8 de janeiro de 2016. Um dos registros é de uma gestante de Cuiabá que passou por exames e o feto apresentou a má formação cefálica. Os outros casos recentes foram registrados em Salto do Céu (2) e outros três em Rondonópolis.
Com os novos registros, Rondonópolis passou a ter 69 casos suspeitos, incluindo quatro gestantes, sendo que até o fim do ano passado eram 66. Cuiabá tem dois casos suspeitos de gestantes que relataram terem sido acometidas pelo zika vírus durante a gravidez e que tiveram a má formação dos fetos detectada por exames. Os outros registros foram em Alto Araguaia (1), Alto Garças (2), Cáceres (42), Itiquira (2), Jaciara (1), Jauru (1), Pedra Preta (2), Pontes e Lacerda (1), São José do Povo (2), Tesouro (1) e Peixoto de Azevedo (1 gestante).
Desde 22 de outubro de 2015, quando os casos suspeitos da doença em recém-nascidos começaram a ser computados, até 9 de janeiro deste ano, já foram notificados 3.530 registros em 724 municípios de 21 unidades da federação. Também estão em investigação 46 óbitos de bebês com microcefalia, possivelmente relacionados ao vírus zika, todos na região Nordeste do país.
Zika
Entre 4 de janeiro de 2015 e 2 de janeiro deste ano, quando foi emitido o último boletim epidemiológico, 1.815 amostras biológicas já haviam sido encaminhadas ao Laboratório Central do Mato Grosso (Lacen), para diagnóstico diferencial. Deste total, foram 14 positivos, sendo dois de Rondonópolis, um de Tesouro, cinco de Cuiabá, cinco de Várzea Grande e um de Vera. Atualmente, a circulação do zika é confirmada por meio de teste PCR, com a tecnologia de biologia molecular. A partir da confirmação em uma determinada localidade, os outros diagnósticos são feitos clinicamente, por avaliação médica dos sintomas.
Em novembro de 2015, o Ministério da Saúde emitiu nota confirmando a relação entre o zika virus e a microcefalia, após a realização de exames pelo Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA). Os exames foram realizados no sangue e em tecidos de um bebê do Ceará com microcefalia e demais malformações congênitas, que indicaram a presença do vírus.
O zika virus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que também transmite a dengue e a chikungunya. Portanto, os cuidados para evitar a proliferação do mosquito são os mesmos tomados antes, mas que devem ser intensificados, principalmente no período de chuvas.
Campanha
No dia 22 de dezembro de 2015, o Governo do Estado lançou a campanha de sensibilização e combate ao Aedes aegypti, apresentou o plano emergencial de enfrentamento ao mosquito e também anunciou a criação de Sala de Comando e Controle em funcionamento para o desenvolvimento de ações de combate ao Aedes aegypti. Utilizada durante a Copa do Mundo para as ações de segurança pública, agora a Central irá servir para que seja feita a comunicação direta entre as instituições municipais e estaduais com os órgãos federais. Estatísticas, pontos críticos, andamento das vistorias e levantamento de informações serão pontos a serem trabalhados periodicamente.
Em relação ao plano emergencial, entre as ações previstas está o repasse de R$ 20 milhões aos municípios para serem aplicados em ações de combate ao mosquito, além da distribuição aos municípios de ‘fumacê’, bombas costais e insumos como inseticidas e a capacitação por meio de teleconferências para os profissionais da saúde estadual abordando vigilância, controle, diagnóstico e assistência as doenças. Em conjunto com os municípios, o estado irá garantir atenção aos pacientes para diagnóstico e tratamento, em especial as gestantes e os bebês. Todas as referências que atendem o Sistema Único de Saúde estão orientadas a receber os pacientes para o acompanhamento neurológico.
Orientação
O Ministério da Saúde orienta as gestantes que elas mantenham o acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico. O ministério reforça ainda a orientação de não consumirem bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de drogas, não utilizar medicamentos sem prescrição médica e evitar contato com pessoas com febre ou infecções.
É importante também que as gestantes adotem medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doença, com a eliminação de criadouros, não só em suas residências, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.