Com um sentimento indescritível de gratidão a Deus e alegria, a fisioterapeuta e terapeuta ocupacional Vanessa Tomizawa, 40 anos, recebeu alta médica após mais de 20 dias internada no Hospital Regional de Sorriso. Ainda debilitada devido a Covid e também ao parto de emergência, ela já retornou para Sinop, ontem.
Os gêmeos Henrique e Gabriel seguem internados em Unidade de Terapia Intensiva neonatal, mas vêm apresentando evolução. Ambos tiveram uma alteração cardíaca, que é considerada comum, principalmente em prematuros. Em Henrique, o ‘sopro’ no coração foi menor, e a respiração já está melhor.
Já Gabriel, está passando por ciclo de medicamentos, que se encerra hoje. Agora passará por novos exames, e se ainda estiver aberto receberá mais uma etapa de medicamentos para tentar fechar. Caso não seja eficaz, terá nova avaliação para possível procedimento cirúrgico. Outro ponto aguardado para alta médica, é que ambos consigam permanecer sem oxigênio e sem apresentar dificuldade respiratória, que possa forçar os corações
Em entrevista, ao Só Notícias, Vanessa descreveu o sentimento de recuperação. “Muita gratidão a Deus, a equipe especialmente do hospital que me aceitou, por toda a equipe mesmo, desde o zelador ao pessoal da UTI, aos amigos pela ajuda, pelas mensagens, apoio ao meu marido. Muita gratidão a Deus, porque foram três vidas salvas”, descreveu, com tom de emoção.
Vanessa contraiu a Covid durante a gestação. Após o parto de emergência, no dia 9 de abril, foi intubada. No dia 13, conseguiu vaga em UTI. Já no último dia 22, foi para o quarto, e agora lembrou que a doença evoluiu com muita rapidez. “Já fazia dois meses que eu não trabalhava, ficava em casa quietinha para não pegar. Em Sinop, o pessoal do meu posto de saúde me ligou, veio aqui em casa com médico para me avaliar, e me buscaram com uma ambulância para ter atendimento. Se eu tivesse ficado em casa, acho que teria ido. Não imaginava que podia acontecer isso”, destacou.
A fisioterapeuta também lembrou a sensação antes de ser intubada. “Quando fui entrar na UTI pedi a Deus para ver meus filhos crescerem, porque eu sabia que poderia ir e não voltar. O médico me deu opção, porque eu estava saturando bem, mas a indicação era intubar. É uma decisão muito difícil, você virar para o seu marido e se despedir, é muito difícil, mas vai dar tudo certo, o pior já passou”, contou.
Agora, segundo ela, o que prevalece é a esperança. “Sei que eles estão sendo muito bem cuidados e em breve vamos estar todos juntos. A gente tem sentimento de esperança, porque o pior já passou, agora é só esperar a questão dos bebês, e o meu coração está lá com eles. Queríamos trazer no colo já, mas a minha esperança é estar com eles no dia das mães, vamos ver, estou rezando todos os dias”.
Vanessa ainda completou ressaltando que encara a situação, a partir de agora, como uma segunda chance para ser mãe. “Quando eu voltei não conseguia pegar um copo de água de fraqueza, mas o sentimento é de gratidão por vim para casa”. “Não esperava isso, vejo o carinho das pessoas que a gente não conhecia, as orações, pessoas que entraram em nossas vidas para ajudar. Amigos que estavam afastados que voltaram, é tudo gratificante”, concluiu.