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Fiscalização encontra remédios vencidos em 80% das unidades de saúde em Várzea Grande e Cuiabá

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A Gazeta

Fiscalização nas unidades públicas de saúde de Cuiabá e Várzea Grande aponta que 80% têm medicação vencida ou mal armazenada. Há ainda problemas na manipulação dos medicamentos e falta de materiais básicos que fazem com que pacientes esperem até três dias para fazer um curativo. Realizada pela Força Nacional de Fiscalização, vinculada ao Conselho Federal de Enfermagem (Confen), a pedido do Conselho Regional (Coren), a ação durou uma semana e visitou 12 prédios. O objetivo foi avaliar situações de atuação dos profissionais de enfermagem e estruturas oferecidas aos pacientes. Foram emitidas 166 notificações nos dois municípios.

Relatório será encaminhado às instituições solicitando e indicando resolução dos problemas no prazo máximo de 120 dias. Vistoria ainda passou por Sinop, totalizando 16 unidades vistoriadas. Os Prontos-Socorros de Cuiabá e Várzea Grande apresentam graves problemas, como superlotação, número baixo de profissionais de enfermagem no quadro pessoal, falta de materiais básicos e ausência de informações, por escrito, ao processo de cuidar no prontuário dos pacientes.

No PS da capital, pacientes, acumulados em corredores e lotando salas, aguardam até três dias por um simples curativo. A fiscalização aponta insuficiência de materiais básicos, como suporte de soro. Medicamentos do carro de urgência e das salas amarelas e vermelhas estão fora de validade, macas estão quebradas e pacientes no chão. Faltam inúmeros medicamentos. Foi constatada ausência de enfermeiros na classificação de risco no período noturno, no local onde são realizadas as esterilizações da unidade de queimados e na central de material de esterilização.

Já na unidade várzeagrandense foram encontradas medicações vencidas desde janeiro de 2018 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e na emergência. Também foram constatados que materiais de esterilização estão vencidos há mais de um ano. Falta até identificação de soro em diversos setores. Materiais limpos têm contato com os sujos. Não há sabão nem álcool em gel para higienização das mãos e os pacientes precisam levar lençol de casa.

Nas Unidades de Pronto Atendimento do Ipase (VG), Morada do Ouro e Pascoal Ramos (Cuiabá) a situação verificada também é considerada grave. Nos três prédios foram encontradas medicações vencidas, precariedade na higienização predial e de materiais. Profissionais de enfermagem irregulares atuam nos três locais. As policlínicas do Verdão e Planalto estão com superlotação de pacientes, sobrecarga de trabalho de profissionais de enfermagem e depósito de materiais inadequado. A policlínica do Verdão tem profissionais irregulares e faltam enfermeiros. Na unidade de Planalto não há enfermeiros para transporte de pacientes. No Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho há remédios vencidos há mais de seis meses. Serviço de enfermagem também está desorganizado.

No Centro Integrado de Assistência Psicossocial (Ciaps) falta material e há profissionais com situação irregular no conselho atendendo pacientes. Hospital São Benedito, em Cuiabá, foi o que menos recebeu notificações. Sobre estrutura, foi apontada infiltração na sala de repouso dos enfermeiros. Mas foram encontrados profissionais irregulares.

Em Sinop, as cinco unidades inspecionadas possuem profissionais no exercício irregular da profissão. No Hospital Regional, que passa por intervenção do governo do Estado, os profissionais estão há 90 dias sem receber da empresa que administra a unidade. Na UPA do município a fiscalização detectou sujeira e local inadequado para preparo de medicamentos.

Chefe de divisão de fiscalização do Cofen e coordenadora da ação em Mato Grosso, Michely Filete explica que profissional de enfermagem não pode negligenciar atendimento, mas deficit de pessoal pode acarretar em trabalho com pouca qualidade. “A equipe que está de plantão precisa dar conta e ela não vai conseguir desempenhar o cuidado na mesma qualidade que desempenharia se tivesse número adequado de profissionais”.

A presidente do Coren, Antônio César Ribeiro explicou que o pedido de fiscalização foi necessário pois em Mato Grosso existem mais de duas mil unidades de saúde nos 141 municípios e apenas cinco fiscais. Ele lembra que o papel do conselho é a regulação profissional (cuidar da profissão). “As condições de oferta de serviço estão todos os dias na mídia, principalmente no sistema público. Precisávamos dar uma resposta para isso, para cumprir a nossa finalidade”.

blemas em dois grupos, o da prática profissional e as condições em que a enfermagem trabalha. “A fiscalização fortalece a profissão, que é essencial para a saúde e qualifica o cuidado, garantindo segurança ao usuário. Por isso nossa intenção é garantir a continuidade dessa ação após o término dos trabalhos da Força Nacional”, explicou.

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