Mato Grosso tem o maior coeficiente de prevalência para a hanseníase do Brasil e o embaixador da ONU (Organização Nações Unidas() para eliminação da hanseníase, o japonês Yohei Sasakawa, está no país, com o objetivo de discutir esta situação e recomendar medidas emergenciais. Ele visita Cuiabá nesta terça-feira, para se reunir com o deputado estadual Leonardo Albuquerque (PDT), a reitoria da Universidade Federal do Mato Grosso e representantes da Organização Pan Americana de Saúde (Opas) e do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan).
A hanseníase tem cura e o tratamento está disponível no Sistema Único de Saúde, gratuitamente. Como a transmissão da doença é interrompida 48 horas após o início do tratamento, o Brasil teria todas as condições para eliminar a hanseníase. No entanto, o país concentra o maior número de casos da doença em todo o mundo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o único país que não está em processo de eliminação da hanseníase – uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Para a OMS, “estar em eliminação” significa registrar até 10 casos da doença por cada 100 mil habitantes.
No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, em 2014, 31.064 casos novos de hanseníase foram identificados em todo o país, o que corresponde a um coeficiente de prevalência de 15,32 novos casos da doença por cada 100 mil habitantes.
Em Mato Grosso, 2.645 novos casos de hanseníase foram identificados em 2014, o que corresponde a um coeficiente de prevalência de 82,03 novos casos por cada 100 mil habitantes, o maior do Brasil.
A reunião com o embaixador da ONU para eliminação da hanseníase é promovida pelo Morhan, entidade brasileira sem fins lucrativos que é referência internacional na área. O coordenador nacional do Morhan, Artur Custódio, lembra que os desafios vão além da dimensão epidemiológica da hanseníase.