Fechada desde maio de 2011, a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) pediátrica e neonatal do Pronto-Socorro de Cuiabá tem um novo prazo de 60 dias para voltar a atender a população. Atualmente, 70% da obra está conclusa, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), e a empreiteira se comprometeu com a pasta a entregar a parte estrutural em 45 dias.
Porém, a juíza da Vara da Infância e Juventude, Gleide Bispo, destaca a necessidade de equipar de maneira ampla e satisfatória todo o ambiente, o que demandaria um prazo maior para inauguração. “Ainda não foi possível adquirir tudo o que é necessário para funcionar, mas acredito que em dois meses será possível atender os pacientes”.
O setor vai funcionar no terceiro andar da unidade de saúde, que será destinado à ala infantil com serviços segmentados para este público.
A reforma no espaço começou em 31 de março do ano passado, com prazo de 180 dias para conclusão, o que deveria ter ocorrido em agosto de 2014. No ano passado, a Justiça concedeu mais seis meses de limite para conclusão, que termina no mês de março.
Secretária-adjunta de Planejamento e Operações da SMS, Iracema Queiróz relata que a empreiteira teve dificuldade em adquirir os materiais específicos necessários para concluir a obra do PS. Construções e reformas de unidades de saúde têm caráter diferenciado e os materiais devem atender critérios específicos.
Iracema pontua que alguns equipamentos já existem dentro do PS, outros foram adquiridos, mas alguns ainda estão na fase de aquisição. Para a magistrada, este será um grande ganho da sociedade, uma vez que tudo será comprado da melhor qualidade.
O terceiro andar será composto por 45 leitos, sendo 10 de UTI, cinco semi-UTIs e 30 leitos de enfermaria. A ala contará com espaço adequado para isolamento, ambiente de apoio para os pais, brinquedoteca. A ideia é garantir um espaço mais humanizado para os pacientes e familiares.
O fechamento da UTI pediátrica e neonatal ocorreu em virtude dos problemas estruturais e sanitários registrados em 2011. Na época, vídeos mostrando a precariedade do setor foram divulgados na internet pelo Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), que denunciava o caos. As imagens mostravam esgoto saindo da pia, infiltrações nas paredes, mofo e até mesmo o inundamento da enfermaria, que aconteceu no começo do ano devido às chuvas.
O material foi protocolado no Ministério Público do Estado (MPE), indicando que a situação colocava em risco a vida e saúde dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em março daquele ano, 35% dos leitos da UTI adulta do PS foram interditados por falta de equipamentos e defeitos na estrutura física do prédio.