O caso dos fetos encontrados no lixão em sacolas para lixo comum, e que teria sido feito por uma profissional de enfermagem, será acompanhado minuciosamente pelo Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (COREN-MT), informou o presidente do órgão, Vicente Pereira Guimarães.
O Coren teve acesso à informação sobre o erro pela imprensa, mas já designou funcionários e colaboradores para investigarem o caso. Hoje de manhã, foram designadas enfermeiras-fiscais para colher dados no hospital e pronto socorro municipal de Várzea Grande.
O presidente Vicente Guimarães, informou que será investigado se houve negligência, imperícia ou imprudência no episódio, tendo em vista que todo profissional de enfermagem deve conhecer o correto manuseio de lixo hospitalar e, principalmente, que deve ser acondicionado em sacolas especiais e de fácil identificação.
Mesmo considerando que não tenha havido a intenção de dispensar material cirúrgico – do qual constavam 11 fetos humanos – de forma incorreta, o COREN vai apurar a responsabilidade de cada profissional de enfermagem envolvido.
Segundo uma das enfermeiras-fiscais designadas para visitar o Pronto Socorro de Várzea Grande, serão tomados depoimentos de todos os envolvidos, dentre eles a enfermeira coordenadora da equipe de Enfermagem, o diretor do hospital, outras pessoas que estariam trabalhando no plantão em que aconteceu o incidente e a auxiliar de enfermagem, acusada de ser responsável pelo equívoco.
Após profunda análise dos fatos, o conselheiro-relator do caso irá apontar se haverá necessidade ou não de se instaurar um processo ético. Isso porque está previsto no Código de Ética da Enfermagem a punição aos profissionais que incorrerem em erros, seja por imprudência, seja por imperícia, seja por negligência, mesmo que não haja a intenção de errar.
Em Mato Grosso, há cerca de 13 mil profissionais de enfermagem, dos quais, apenas pouco mais de dois mil são enfermeiros.