Os profissionais do Centro de Referência em Tuberculose e Hanseníase de Sinop atenderam 40 pacientes durante ações de triagens, consultas e diagnósticos no janeiro Roxo, verificando que mais 12 moradores contraíram a doença e 4 pessoas voltaram em busca de atendimentos. Os números são apenas um pouco menores quanto ao ano passado, com 13 novos casos e 2 reinfecções.
“Em janeiro de 2021 atendemos em praticamente todas as unidades. Mas, associada à pandemia, também tivemos nesse ano um pico de casos com a época sazonal da gripe. Unidades em que havíamos planejado atender no Maria Vindilina, Sabrina, Primaveras e Palmeiras acabaram sendo suspensas diante desses casos de Covid e sintomas gripais. Entretanto, o janeiro roxo é apenas uma data simbólica e alusiva de reforço da temática hanseníase. De forma histórica, o combate é trabalhado todos os dias”, descreveu o coordenador do centro, Márcio Henrique de Souza.
Com essas mudanças, o cronograma foi alterado, com atendimentos realizados somente nas Unidades Básicas de Saúde do Camping Club, Jardim das Nações, Botânico e Gente Feliz. Ainda há previsão de atendimentos para esse mês, na UBS do bairro São Francisco. Devido a fatores de vulnerabilidade social por parte da população, os bairros Maria Vindilina e Jardim Jacarandás seguem sendo as localidades mais propensas ao surgimento da doença.
O coordenador conclui que os casos também têm afetado diversos Estados, sendo uma “preocupação do Ministério da Saúde, que avalia como trabalhar os cuidados com doenças crônicas em meio ao coronavírus”. A hanseníase é caracterizada por coceira ou irritação nos olhos, manchas pelo corpo, redução da força muscular, nervos engrossados e doloridos, formigamentos entre outros sintomas. A doença possui cura, com tratamento à base de medicamentos, por cerca de um ano, e acompanhamento do Sistema Único de Saúde, 100% gratuito.
Conforme Notícias já informou, Sinop registrou 276 novas ocorrências de hanseníase e 102 pacientes que voltaram a ser infectados entre janeiro e dezembro do ano passado. O levantamento apontou ainda que, em 2020, foram 240 novas ocorrências e 67 casos de retorno do contágio.