Neste ano, 76 casos de AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) foram diagnosticados em Sinop. O número de notificações já ultrapassou todo o ano de 2020, quando foram registrados 52 casos, segundo dados confirmados pela secretaria municipal de Saúde, ao Só Notícias.
Os dados detalhados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), apontam para o maior número de casos do início até o meio do ano de 2021, onde foram registrados 57, nesse mesmo período no ano passado houve 36. De julho até o início deste mês foram notificados 19 casos, enquanto no mesmo mês do ano passado até o final do foram contabilizados 16 casos.
O coordenador do Serviço de Assistência Especializada, falou sobre o crescimento no número de contaminação, e ainda indicou possíveis causas para o aumento do número de casos. “No ano passado muita gente deixou de fazer a testagem, com medo de ir nas unidades de saúde, pela pandemia. Outra coisa foi que muita gente ficou em casa e a gente percebeu que os aplicativos e as possibilidades de encontros afetivos sexuais continuaram a acontecer e muito deles acabaram se expondo, pois não saiu para trabalhar e acabou se ocupando de outras questões, inclusive sexual. Então tem várias coisas que podem estar relacionado a esse possível aumento”, explicou ao Só Notícias, Walter Esteves.
Walter ainda comentou sobre projetos que buscam flagrar casos positivos para a doença com antecedência, testando a população com mais rigidez e sem critérios específicos. “Ainda continua sendo uma epidemia crescente, tanto que a meta para reduzir até 2030, onde a gente quer 90% das pessoas testadas, ofertar testes de HIV para pelo menos 90% da população, e para isso devemos começar a ofertar testes para qualquer motivo, pois não precisa ter um motivo específico para gente tentar identificar”.
Passado os 40 anos desde o primeiro caso de HIV, o preconceito ainda está presente na sociedade, e ainda impedem e atrapalham o tratamento, que avançou no enfrentamento contra a doença, como conta o coordenador. “O maior problema hoje do HIV é o preconceito, que é o que mais mata. Pois a pessoa deixa de vir fazer o teste, deixa de vir fazer o tratamento correto, e consequentemente ainda tem pessoas adoecendo e morrendo de aids em função desse preconceito. Ninguém tem como descobrir, para quem tem HIV, as pessoas chegam aqui e esse serviço é de completo sigilo, onde elas não precisam se expor”, disse.
Em Sinop, o tratamento das doenças de condições crônicas e infecções sexualmente transmissíveis é realizado pelo Serviço de Assistência Especializada em HIV/Aids, localizada na avenida das Itaúbas, no centro