Ocorre entre os dias 19 a 30 deste mês, a Campanha Nacional de Multivacinação para atualização de caderneta de vacinação. No dia 24 de setembro ocorre a mobilização nacional, o "Dia D”. A iniciativa é do Ministério da Saúde e é realizado por meio da Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações (CGPNI), do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis (DEVIT), e da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) integrada e articulada às secretarias estaduais e municipais da saúde.
A medida tem por objetivo atualizar o esquema vacinal das crianças menores de cinco anos, crianças com nove anos, e adolescentes. A ação é uma intensificação da estratégia de rotina, portanto não há uma meta pré-estabelecida de crianças e adolescentes a serem vacinados, e nem de cobertura vacinal a ser alcançada, o que ratifica a importância de utilizar mecanismos que identifiquem essa demanda.
De acordo com o gerente da Vigilância em Doenças Imunopreveníveis da SES, Thiago Rondon, a multivacinação visa manter controladas, eliminadas ou erradicadas as doenças imunopreveníveis no país.
Thiago acrescenta que devido à complexidade do atual calendário nacional de vacinação, que dispõe de 14 vacinas para as crianças, e cinco para os adolescentes, é fundamental que toda a população alvo compareça aos serviços de saúde levando a caderneta de vacinação, para que os profissionais de saúde possam avaliar se há alguma vacina que ainda não foi administrada ou se há doses que necessitam ser aplicadas, para completar o esquema vacinal.
“Neste sentido, a atuação dos gestores das três esferas de governo, bem como dos profissionais de saúde é de suma relevância na organização das ações da Campanha, considerando a importância da estratégia para o resgate de não vacinados, onde em um único momento e em um curto intervalo de tempo (duas semanas) são oferecidas à população alvo várias vacinas, a fim de melhorar a cobertura vacinal da população e otimizar a logística dos serviços de saúde”.
A incidência das doenças imunopreveníveis mostra que mudanças importantes ocorreram no comportamento dessas doenças com uso de vacinas e avanço nas coberturas vacinais. Entretanto, a heterogeneidade dos resultados dessas coberturas vacinais e, em especial, o recrudescimento de algumas dessas doenças, a exemplo da coqueluche e do surto de sarampo ocorridos nos anos de 2014 e 2015, e atualmente a ocorrência de surto de caxumba, com notificações da doença em várias unidades da federação, requerem estratégias adicionais para o resgate e vacinação dos não vacinados.
As recomendações dos esquemas vacinais são elaboradas a partir de estudos que demonstram como uma vacina pode proporcionar o máximo de eficácia e proteção contra as doenças imunopreveníveis. Neste sentido, para cada vacina é estabelecido o número de doses, a idade mínima e máxima para receber cada dose, os intervalos ideais entre as doses, as faixas etárias alvo da vacinação.
Ainda são levados em conta às questões logísticas e operacionais para a realização da vacinação nos programas nacionais de imunizações de cada país. Portanto, doses administradas em intervalos inoportunos ou com número de doses insuficientes podem prejudicar o objetivo do programa de vacinação, uma vez que a proteção coletiva passa a não ser alcançada e, com isso, as doenças que foram eliminadas ou erradicadas podem recrudescer ou mesmo haver deslocamento na ocorrência da doença, passando o seu acometimento do período da infância para o período da adolescência ou adulto jovem.