Agentes comunitários de saúde e equipes do Programa Saúde da Família têm até o dia 20 de novembro para percorrer as escolas públicas de Mato Grosso para diagnosticar e tratar hanseníase, tracoma e verminoses em alunos de cinco a 14 anos. A ação faz parte da Campanha Nacional de Hanseníase, Geo-helmintíase e Tracoma de iniciativa do Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Educação e secretarias estaduais e municipais de Saúde e de Educação. Até o final da Campanha, 295.206 crianças e jovens deverão ser atendidos.
Em Mato Grosso, 329 escolas já foram visitadas nos 65 municípios participantes. Até o momento, 7.944 crianças foram examinadas para hanseníase e 82.774 crianças tratadas com medicação contra verminose. Para o tracoma, 150 crianças tiveram teste positivo para tracoma e foram medicadas. O objetivo da mobilização é aumentar o diagnóstico precoce em crianças e jovens em idade escolar e, com isso, diminuir a ocorrência dessas doenças. Além disso, a campanha possibilita esclarecer dúvidas sobre a cura, ensinar a se proteger das doenças e auxiliar na identificação de sinais e sintomas.
“Favorecer o diagnóstico precoce e o tratamento imediato é fundamental no tratamento das doenças, principalmente nos casos de hanseníase”, destaca a coordenadora de vigilância epidemiológica da SES, Flávia Guimarães, explicando que nos casos suspeitos de hanseníase o aluno é encaminhado à rede básica de saúde para confirmação e início imediato do tratamento. Fichas de autoimagem são distribuídas para facilitar a identificação de sinal, mancha ou caroço. Na ficha, que possui o desenho de um corpo humano, os pais poderão assinalar o local onde as crianças possuem qualquer tipo de mancha na pele, para serem avaliadas pelas equipes da atenção básica.
As verminoses e o tracoma são tratadas durante a ação com medicações específicas, administradas diante da autorização prévia dos pais ou responsáveis. “Os alunos recebem um documento chamado Termo de Recusa, que deve ser preenchido quando os pais não autorizarem a administração do medicamento. Para a verminose é administrado albendazol e para o tracoma, azitromicina”, esclarece a coordenadora.
De janeiro a julho deste ano, Mato Grosso registrou 1.612 pessoas em tratamento para hanseníase. Deste total, 1.380 são casos novos, ou seja, foram diagnosticados em 2015. O registro de tracoma, entre 2007 e 2015, foi de 979 casos em todo estado. Já a geo-helmintíase não é notificada por ser verminose.
A hanseníase é causada pelo Mycobacterium Leprae e é transmitida por meio de contato direto e prolongado com o doente sem tratamento. A transmissão ocorre normalmente pelas vias aéreas superiores. O desenvolvimento depende das condições do sistema imunológico do indivíduo ao qual foi transmitido o bacilo. Entre os sintomas principais estão :manchas na pele com alterações de cor e de sensibilidade, dormência, queda de pelos e comprometimento de nervos periféricos.
O tracoma é uma doença inflamatória dos olhos causada pela bactéria chlamydia trachomatis, que atinge a córnea e a conjuntiva. A transmissão ocorre por contato direto, pessoa a pessoa ou contato indireto, por meio do compartilhamento de objetos contaminados com secreção (toalhas, lenços, lençóis).
Já a geohelmintíases (verminose) é causada pelos geohelmintos, parasitas intestinais que causam anemia, dor abdominal e diarreia. As principais verminoses são ascaridíase, ancilostomíase e triquiuríase.