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Banco de olhos ameaça suspender atividades no Estado

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Por falta de recursos, o serviço de captação de córneas de Mato Grosso, responsável pelo único tipo de transplante disponível no Estado, ameaça suspender as atividades. Sem reajuste nos repasses do Sistema Único de Saúde (SUS) há 6 anos, os procedimentos se tornaram deficitários. Em média, o Banco de Olhos realiza 30 transplantes por mês. Com os serviços suspensos, pacientes terão que ser levados para outros estados, a um custo maior do que o gasto se a cirurgia fosse realizada na capital.

Coordenador técnico da unidade, o biólogo Alexandre da Silva Roque, ressalta que, atualmente, por conta da defasagem da tabela SUS, grande parte dos valores gastos para cada procedimento é paga pela direção do Hospital de Olhos de Cuiabá. “Desde 2007 não há nenhuma revisão nos valores. Para se ter uma ideia, o gasto com o líquido usado para preservar a córnea retirada é de R$ 300, R$ 600 para as duas, e o SUS reembolsa R$ 48. Estamos pagando para fazer o transplante”.

Um reflexo da dificuldade vivida pela unidade, que funciona dentro do hospital, segundo Roque, é a redução no número de procedimentos realizados, o que já formou uma fila de espera de 60 candidatos ao procedimento. “E isso vai aumentar, porque a cada dia temos um novo paciente precisando de córneas. Se não temos como fazer, reduzimos a captação. Essa fila de espera que existe hoje, por exemplo, conseguiríamos zerar em dois meses”.

Além da defasagem no preço dos materiais, o coordenador destaca que os honorários, pagos aos médicos que fazem os transplantes, também são reduzidos. Para cada procedimento, o profissional recebe, hoje, do SUS, R$ 2 mil, dinheiro que servirá para o pagamento dos materiais, da cirurgia e da anestesia, e custeará as consultas de retorno por um ano após o transplante. “Sobra para o médico R$ 300. Uma consulta em um oftalmologista, no particular, dá para ele R$ 400. O que será que este profissional vai preferir?”, questiona.

Caso os serviços sejam suspensos, a possibilidade vislumbrada por Roque é a de que os pacientes que precisam do procedimento sejam levados para outros estados, como acontecia antes de 2007, quando a unidade não havia sido instalada. “O Estado terá que custear passagem aérea para o paciente e acompanhante, porque geralmente são pessoas de idade avançada, hotel, alimentação e custear os retornos que são feitos. Ficará várias vezes mais caro do que é hoje”.

Roque pontua que diversas tentativas de obter um complemento ao valor pago pelo SUS, junto à Secretaria de Estado de Saúde (SES), foram feitas ao longo dos anos, todas sem sucesso. Ele acredita que com cerca de R$ 20 mil por mês, é possível retomar os serviços aos patamares anteriores e garantir a viabilidade dos procedimentos. “Todas as vezes, e foram 7, nos disseram que não tinham condições. Se isso não mudar, vai acontecer o mesmo que com outros serviços, como o transplante renal, que já tivemos em Mato Grosso, mas, por conta da falta de reajuste dos repasses, não temos mais”.

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