Os casos de dengue em Sinop têm aumentado. De acordo com o secretário de Saúde, Valério Gobbato, o aumento das chuvas e o período de férias, onde muitas famílias saem de viagem, são fatores que contribuem muito para o aumento e a procriação do mosquito Aedes Aegypti.
Os registros dos primeiros 15 dias do ano são de 30 casos nos bairros residencial Sul e Jardim Botânico, lugares enquadrados como região central de Sinop. Há, ainda, nesses logradouros, suspeita de pessoas com dengue hemorrágica. Gobbato acredita que, mesmo com fortes fatores trabalhando em favor do mosquito, a situação poderia estar mais amena.
O trabalho da secretaria e do departamento de Endemias é feito com a visita periódica dos agentes nas residências, bloqueio através de aplicação de venenos (larvicidas) e orientação, mas o secretário, ainda assim, adverte que determinadas medidas dependem da colaboração da população.
“Costumamos dizer que o mosquito não enxerga barreiras. Para ele não existe muro ou limite de terrenos, ou seja, cada um tem que fazer a sua parte”, exemplifica, revelando que a aplicação do fumacê só é permitida através da liberação da Funasa. O secretário ainda puxa outra responsabilidade para a população: a limpeza das calhas e a conservação dos terrenos.
Segundo ele, não é, necessariamente, o mato nos terrenos (baldios ou habitados) que faz com que o mosquito se prolifere, mas sim os objetos que neles são jogados. “É claro que o mato alto dificulta o acesso dos agentes de saúde. E se eles não conseguirem entrar não vão conseguir identificar aquele copinho descartável ou a tampinha da garrafa de refrigerante jogados, objetos em potencial para o Aedes Aegypt depositar seus ovos”.
Gobbato também revela que o último registro de epidemia foi em 2002, quando a dengue foi assunto nacional em muitos municípios do Brasil. A hipótese de epidemia ainda está descartada, mas os temores agravam-se quando se deparam com a falta de comprometimento da população que, muitas vezes, deixam de informar os casos da doença.
Conforme o Ministério da Saúde, a cada um caso de dengue notificado existem outros cinco desconhecidos por falta de comunicação às secretarias municipais. “Sinop trabalha com um sistema de busca ativa, o que faz esse índice diminuir para um notificado contra dois ou três desconhecidos”, completa o secretário.
Municípios vizinhos a Sinop também estão sofrendo com a mesma situação do aumento dos casos de dengue. Em Vera, o alto índice de infestação fez com que a Funasa liberasse a aplicação do fumacê, que já foi concluída. Sorriso também contou com a aplicação do veneno em seu perímetro urbano.