A Assembleia Legislativa deve promover a partir do próximo ano, concurso de trabalhos científicos elaborados com o tema de combate a hanseníase em Mato Grosso. A proposta, elaborada pelo presidente Guilherme Maluf (PSDB) e pelo deputado Leonardo Albuquerque (PDT), foi anunciada, esta manhã, durante a abertura do 1º Seminário Estadual de Hansenologia, que será realizado até amanhã, no Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros. Agora, o projeto será levado ao plenário para discussão com os demais deputados.
“Essa doença infecto-contagiosa é milenar, e infelizmente no nosso Estado, tem índices altíssimos. Para combatê-la, temos que trabalhar políticas públicas, e a contribuição da Assembleia Legislativa, é promover esse concurso direcionado para premiar trabalhos científicos na área da hansenologia em Mato Grosso para subsidiar políticas públicas. Ou seja, juntamente com as universidades e especialistas, vamos incentivar a pesquisa”, afirmou Guilherme Maluf.
De acordo com Maluf, que é médico de formação, estudos apontam Mato Grosso como o estado com o maior número de pacientes com hanseníase, e que procurou trabalhar para a implantação do centro específico em referência de hansenologia, mas que não aconteceu devido ao governo federal.
“Por mais que o governo federal tenha políticas públicas em muitas localidades, deveria colaborar mais com Mato Grosso. Mas, temos que somar esforços, principalmente a União, juntamente com o Governo do Estado, Assembleia Legislativa e prefeituras para fazer uma força tarefa e combater esse mal, essa doença que tem cura e é possível vencê-la”, disse Maluf.
A hanseníase é uma das doenças mais antigas da humanidade. Provocada pela bactéria Mycobacterium leprae, também conhecida como Hansen, agride principalmente os nervos e a pele, podendo, em estágios mais graves, resultar em deformações. A lepra, como era conhecida, consome, resseca, agride e penetra na pele, deforma nervos, músculos e ossos.
Segundo o Ministério da Saúde, o país registrou mais de 31 mil novos casos da doença em 2014. Mato Grosso registra a maior prevalência da doença, com 10,19 casos por 10 mil habitantes. A média no Brasil é de 1,27 por 10 mil habitantes.
“Por esta razão, torna-se necessária a realização de ações com a finalidade de avaliar estratégias desenvolvidas para o enfrentamento da hanseníase e apresentar a atual situação epidemiológica da doença em Mato Grosso”, explicou Albuquerque.
O vice-governador Carlos Fávaro (PSD) participou do evento e lembrou o compromisso do governador Pedro Taques (PSDB) em promover políticas públicas para mudar esses índices. “Mato Grosso tem índices de desenvolvimento econômico que nos orgulham muito, enquanto hoje o Brasil tem Produto Interno Bruto (PIB) negativo em 2%, nosso Estado números positivos em 2,8%. Agora, nos entristece e envergonha índices de hanseníase tão altos, por isso o compromisso do governo Pedro taques é de reverter esse índice. Mesmo não sendo da área, como servidor público, vou me dedicar para que Mato Grosso tenha o Centro de Especialização para tratar de hanseníase”.
O secretário de Estado de Saúde, Eduardo Bermudez, parabenizou a Assembleia Legislativa por discutir a hanseníase. “A SES tem lançado programa por meio do Governo do Estado na busca da erradicação e diminuição dos números de hanseníase e tuberculose, e estabelecer estrutura que a secretaria pode desenvolver em ação conjunta com os municípios na atenção básica”.