O índice de mortalidade por doenças respiratórias em crianças de até 5 anos se aproxima de 30% em algumas cidades do interior, como ocorre em Guarantã do Norte e Alta Floresta. Os dados constam na pesquisa de mestrado da professora de Enfermagem Antônia Maria Rosa, mostrando que as doenças respiratórias são as principais causas de internação em pelo menos 7 cidades do Estado, todas localizadas no interior e com mais de 25 mil habitantes. São consideradas doenças respiratórias rinite, sinusite, laringite, bronquite, pneumonia e Doença Pulmonar Obstrutivo Crônica (DPOC) e asma. As duas últimas se agravam com o clima e a poluição, conforme o pneumologista Clóvis Botelho.
No estudo da professora Antônia, a soma dos registros de internações e óbitos resultou no ranking das cidades que apresentam a situação mais grave. Alta Floresta está no topo. Do total de internações de crianças com até 5 anos, 80% tiveram como motivo doenças respiratórias e 27,3% dos óbitos ocorreram pelo mesmo motivo. Juara está em segundo lugar com 67% de internações e 25% de mortes, seguida de Barra do Bugres, com 64,8% e 20%, respectivamente. Tangará da Serra e Barra do Garças empatam na quarta colocação, sendo que a primeira cidade tem 61,5% dos casos de internações e 20% de mortes. Já Barra do Garças tem índice de morbidade menor, 47,2%, mas a taxa de mortalidade é superior 26,3%. Embora Guarantã do Norte tenha o maior índice de mortalidade do Estado, 28,6%, os números de internações (34,3%) ficam abaixo da maioria das cidades pesquisadas. A média coloca a cidade na 7ª posição. Cuiabá ocupa a 13ª colocação, abaixo de Várzea Grande (12ª). Na Capital, a média registrada de internação pelas doenças das vias aéreas é de 35,8% e 18% de mortes. Em Várzea Grande são 51,5% de internações e 6,7% de mortes.
Aprofessora explica que vários fatores levam a este resultado. Entre eles a situação de queimadas recorrentes no Estado, principalmente nos meses que vão de julho a outubro. Antônia destaca que internações e óbitos por enfermidades das vias aéreas ocorrem durante todo ano, mas os registros são maiores no período da seca. Ela comenta ainda que existem diferenças características nas épocas distintas. Durante a seca, aumentam as internações, enquanto que no período chuvoso existe uma ampliação de atendimentos nos ambulatórios.